Fogo em Odemira já chegou a Monchique. 17 pessoas retiradas das suas casas
Às 0h20, o combate às chamas envolvia um total de 519 operacionais, apoiados por 178 veículos. Governo prolonga situação de alerta em 14 distritos do continente.
Um total de 516 operacionais estava, cerca das 0h20 desta quarta-feira, a combater o incêndio que lavra no concelho de Odemira, que já levou a GNR a cortar o trânsito na Estrada Regional 266 (ER 266), segundo as autoridades.
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Um total de 516 operacionais estava, cerca das 0h20 desta quarta-feira, a combater o incêndio que lavra no concelho de Odemira, que já levou a GNR a cortar o trânsito na Estrada Regional 266 (ER 266), segundo as autoridades.
De acordo com informações disponíveis no sítio de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), àquela hora o combate ao incêndio mobilizava 519 operacionais, apoiados por 178 viaturas, não havendo já meios aéreos envolvidos.
A fonte da ANEPC indicou à Lusa, cerca das 21h30, que o incêndio já estava a “consumir no território do concelho de Monchique”, no distrito de Faro. O incêndio mantém duas frentes activas, estando a destruir mato e povoamento misto, nomeadamente, sobreiros, pinheiros e eucaliptos, adiantou a mesma fonte.
Em declarações à agência Lusa, fonte da GNR disse que, devido ao incêndio, o trânsito na ER266 foi cortado por volta das 20h, entre a localidade de Nave Redonda, no concelho de Odemira, e perto da vila de Monchique, já no Algarve.
A fonte da GNR disse que, ao longo da tarde desta quarta-feira, “por precaução”, 17 pessoas foram retiradas de montes e casas dispersos, de primeira e segunda habitação, mas “ainda não foi evacuada nenhuma aldeia” no concelho de Odemira.
Também contactada pela Lusa, fonte da ANEPC explicou que o fogo já estará “nos limites do concelho de Odemira e a passar para o concelho de Monchique”.
“Ainda não temos essa informação validada, porque não temos coordenadas do local para nos referenciar com exactidão onde é que a frente de fogo se encontra e se já entrou em Monchique, mas é uma questão de tempo. Se não entrou, provavelmente vai entrar”, afirmou a fonte.
O incêndio mantém duas frentes activas, que “continuam a arder com intensidade e nenhuma delas cedeu aos meios”, disse a fonte, prevendo “uma noite muito trabalhosa”.
“É um incêndio com progressão rápida, tem combustível disponível, fruto da secura, sobretudo dos combustíveis finos”, e a sua propagação “é potenciada pelo factor vento, que está alinhado com a difícil topografia”, disse.
Por isso, o incêndio “tem todas as condições para progredir com rapidez”, acrescentou, indicando que a frente de fogo “andará próxima das localidades de Cansino, Foz do Açor e Foz dos Currais”.
“Foram enviado meios para pré-posicionamento, ou seja, para antecipar qualquer necessidade que venha a haver de protecção a estas populações, uma vez que o incêndio tem esta trajectória e por isso é possível que possa atingir estas localidades”, notou.
As chamas já fizeram um ferido grave, um civil de 20 anos que sofreu queimaduras e foi transportado para o hospital, tendo ainda um bombeiro sido assistido no local, por ter sofrido uma entorse, segundo a fonte.
“Este civil foi inicialmente considerado ferido leve e, depois da intervenção da viatura médica, foi reclassificado para ferido grave, porque inspirou ar muito quente e tem que ser avaliado do ponto de vista das vias aéreas e estamos a falar de uma área queimada considerável”, explicou a fonte da ANEPC, frisando tratar-se do “único ferido” por agora, dado que o bombeiro foi apenas assistido no local.
Os bombeiros receberam às 13h14 o alerta para o fogo, que eclodiu perto do lugar de João Martins, na freguesia de Sabóia, no concelho de Odemira, e que está a consumir mato e povoamento florestal misto, nomeadamente sobreiros, pinheiros e eucaliptos.
A operação de combate envolve meios dos bombeiros e da Força Especial de Protecção Civil, assim como a AFOCELCA, GNR e Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Governo prolonga situação de alerta
Os Ministros da Defesa Nacional, da Administração Interna, do Ambiente e da Acção Climática e da Agricultura determinaram esta quarta-feira o prolongamento da Declaração da Situação de Alerta em 14 distritos do continente, referem em comunicado. Esta declaração abrange o período compreendido entre as 00h e as 23h59 do dia 19 de Agosto.
Os distritos abrangidos são: Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Vila Real e Viseu.