O fogo varreu a serra algarvia. “Isto foi uma grande miséria”

Dois dias e uma noite complicada depois, as chamas deram descanso a Castro Marim e a Tavira ao fim da tarde de terça-feira. Para trás, fica a destruição e o desalento de quem vê o Algarve arder demasiadas vezes.

Foto
Daniel Rocha

Ao volante da sua carrinha todo-o-terreno, Rui Machado serpenteia pelas difíceis estradas da serra algarvia a caminho da sua plantação de alfarrobeiras. Tantas são as curvas que o percurso é só para conhecedores. Por fim, o veículo detém-se e ele aponta para um terreno muito íngreme à esquerda. As árvores não se descortinam senão de perto, a paisagem é um negrume contínuo. “Isto era uma alfarrobeira enxertada, estava aqui bem lançada”, constata Rui. Um pouco mais à frente, novo comentário: “Esta árvore deve ter quê? Uns quatro anos.”

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Ao volante da sua carrinha todo-o-terreno, Rui Machado serpenteia pelas difíceis estradas da serra algarvia a caminho da sua plantação de alfarrobeiras. Tantas são as curvas que o percurso é só para conhecedores. Por fim, o veículo detém-se e ele aponta para um terreno muito íngreme à esquerda. As árvores não se descortinam senão de perto, a paisagem é um negrume contínuo. “Isto era uma alfarrobeira enxertada, estava aqui bem lançada”, constata Rui. Um pouco mais à frente, novo comentário: “Esta árvore deve ter quê? Uns quatro anos.”