Com o aeroporto de Cabul já seguro, EUA querem retirar seis a nove mil pessoas por dia

Alemanha teme que alguns afegãos que trabalharam com as forças estrangeiras e que tentam chegar ao aeroporto sejam travados nos checkpoints dos taliban.

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Um dia depois de milhares de pessoas desesperadas para sair do Afeganistão terem ocupado a pista do aeroporto de Cabul, com o caos instalado a permitir até que um avião militar dos Estados Unidos descolasse com afegãos agarrados às rodas (pelo menos sete pessoas morreram em diferentes incidentes), o aeroporto foi declarado sob controlo pelos norte-americanos. Apesar disso, os checkpoints entretanto instalados pelos taliban podem dificultar a saída de afegãos que trabalhavam com as forças ocidentais, avisou o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão.

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Um dia depois de milhares de pessoas desesperadas para sair do Afeganistão terem ocupado a pista do aeroporto de Cabul, com o caos instalado a permitir até que um avião militar dos Estados Unidos descolasse com afegãos agarrados às rodas (pelo menos sete pessoas morreram em diferentes incidentes), o aeroporto foi declarado sob controlo pelos norte-americanos. Apesar disso, os checkpoints entretanto instalados pelos taliban podem dificultar a saída de afegãos que trabalhavam com as forças ocidentais, avisou o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão.

“A situação é muito mais perigosa para os afegãos porque não há garantia de que sejam autorizados a passar nos checkpoints dos taliban”, disse Heiko Maas, numa conferência de imprensa. Segundo Maas, as forças americanas e alemãs estão a tentar assegurar que estes afegãos continuam a ter acesso ao aeroporto.

Durante a tarde, aviões enviados por vários países já descolaram da capital afegã cheios de cidadãos estrangeiros que trabalhavam nas embaixadas e em projectos de desenvolvimento, mas também com colaboradores afegãos. O primeiro avião alemão, que aterrara de madrugada, deixou Cabul só com sete pessoas a bordo, com o Governo a explicar que a situação ainda caótica no aeroporto impedira a chegada de mais pessoas à zona de embarque.

Washington fez saber que retirou até ao início da noite 1400 pessoas, entre cidadãos norte-americanos, afegãos que cumprem os critérios para o programa especial de vistos dos EUA (intérpretes e outros que trabalharam com a missão americana e as suas famílias directas) e pessoas de outros países.

Com cada vez mais tropas no terreno – são já “aproximadamente 4000” – das sete mil mobilizadas para a evacuação de Cabul, os americanos acreditam que serão capazes de retirar entre cinco e nove mil pessoas por dia até ao fim de Agosto, disse no Pentágono o major general William Taylor.

“Vamos trabalhar duramente nas próximas semanas para retirar todos os [afegãos] que pudermos do país”, assegurou numa entrevista à MSNBC o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

Para além das imagens de centenas de afegãos a correr ao lado de um avião militar dos EUA que descolava, outra fotografia tornou-se entretanto viral: tirada por um militar, mostra 640 afegãos (muitos homens, mas também mulheres e crianças) sentados apertados uns contra os outros no chão de um avião de transporte C-17 da Força Aérea americana. Perante as multidões que tentavam sair de Cabul, a tripulação deste voo decidiu deixar embarcar todas as pessoas que coubessem no aparelho.