“Factor T” de Toni e Taremi embala FC Porto em Famalicão
Este triunfo permite ao FC Porto igualar Sporting, Gil Vicente e Benfica como únicas equipas a somarem seis pontos neste início de campeonato.
Mehdi Taremi e Toni Martínez foram os “artistas” de serviço para o triunfo (2-1) do FC Porto em Famalicão, na segunda jornada da I Liga.
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Mehdi Taremi e Toni Martínez foram os “artistas” de serviço para o triunfo (2-1) do FC Porto em Famalicão, na segunda jornada da I Liga.
Neste domingo, a “sociedade T&T”, de Toni e Taremi, destruiu os minhotos: o iraniano foi quem inventou muitas jogadas (e fez uma assistência), enquanto o espanhol tratou dos golos.
O FC Porto fez uma má segunda parte e acabou por sofrer mais do que seria suposto frente a um Famalicão parco em futebol e que teve mesmo um golo anulado aos 90+5’, por um fora-de-jogo de pouco mais de vinte centímetros.
Este triunfo permite ao FC Porto igualar Sporting, Gil Vicente e Benfica como únicas equipas a somarem seis pontos neste início de campeonato.
O “engodo Marega”
O FC Porto entrou para esta partida mantendo o 4x4x2 habitual, com Otávio numa função híbrida de ala-direito e terceiro médio. Já o Famalicão levou um 3x4x3 no papel, mas, na prática, foi quase sempre um 4x5x1 de bloco médio, com apenas um jogador, Jaime, a fazer a pressão à saída portista – e o atacante do Famalicão foi “queimado” inutilmente nessa pressão, dado que os colegas nunca estiveram sequer próximos para colaborarem na tarefa.
O problema, para os minhotos, é que o sistema não batia certo com os jogadores. O sistema pedia um bloco médio-alto, mas o meio-campo não apresentava agressividade suficiente para permitir aos centrais jogarem subidos.
Esta dicotomia convidava o FC Porto a explorar insistentemente a zona central, onde havia passividade defensiva, para depois colocar a bola em profundidade. E quando se fala de profundidade fala-se de Toni Martínez.
O avançado encarnou a função que Moussa Marega teve nos últimos anos e desenhou várias vezes aquilo a que podemos chamar “engodo Marega”.
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O FC Porto tem usado anos a fio, com Conceição, uma jogada-tipo: um ou os dois avançados baixam em apoio frontal, arrastando os defensores, e aquele que não recebe a bola em apoio rompe no espaço deixado livre pelo central arrastado pelo movimento inicial. Simples e eficaz, sobretudo quando os defesas vão com “fome” de apertar o atacante portista.
Marega e Aboubakar faziam-no na perfeição há algumas temporadas e o maliano começou a fazê-lo com Taremi. Agora, Taremi faz com Toni Martínez e o FC Porto marcou com tal “engodo Marega”.
Aos 11’, Taremi recebeu em apoio e Toni Martínez rompeu na frente pelo espaço deixado vago pelo iraniano. Não houve golo, mas foi treino.
Dois minutos depois, a receita repetiu-se. Novamente Taremi em apoio frontal a ter espaço para se virar e isolar Martínez no espaço. Contornou o guarda-redes, finalizou e não festejou frente ao antigo clube.
Já aos 43’, depois de o Famalicão apenas ter assustado de bola parada, Otávio fez uso do sistema híbrido montado por Conceição. Deixou o corredor direito para João Mário e pediu a bola na zona central. Rúben Lima, lateral contrário, ficou na dúvida sobre quem deveria marcar e acabou por não marcar ninguém. Otávio recebeu, rodou e colocou um passe entre o central e o lateral. Quem apareceu no espaço a finalizar? Toni Martínez, claro está.
Efeito das bolas paradas
Na segunda parte, o FC Porto pareceu confortável a controlar a partida com bola, mas o Famalicão, até então pouco perigoso, chegou ao golo da única forma que parecia possível: uma bola parada.
Aos 56’, Jaime fez um canto curto e Diogo Figueiras cruzou para a cabeça de Riccieli. O central ganhou a Mbemba e bateu Diogo Costa.
O golo sofrido espoletou mais “asneiras” do FC Porto, que logo a seguir deixou Pablo isolado perante Diogo Costa, após um atraso mal medido por Manafá.
A equipa portista não se ficou por aí e começou a cometer várias faltas no seu meio-campo. E era isso que queria o Famalicão, que parecia não ter futebol para chegar ao golo em jogo corrido, mas criava perigo nas bolas paradas.
Nesta fase eram visíveis duas alterações tácticas no Famalicão. Primeiro com a pressão feita com os três atacantes e não apenas um, mas também com o ala-direito Diogo Figueiras a jogar bastante mais adiantado, fazendo quase uma dupla de extremos-direitos com Bruno Rodrigues.
E poderá ter havido alguma confusão de marcações no FC Porto, já que o Famalicão criou perigo pelo corredor direito, com um par de cruzamentos perigosos.
Aos 71’, a paragem para hidratação parece ter quebrado o ímpeto dos minhotos e permitido ao FC Porto estabilizar de novo. Na retoma da partida, ganharam faltas, circularam a bola em largura e o jogo foi “morrendo” em matéria de intensidade.
Quando tudo parecia controlado, Zaidu fez um passe errado para a zona central e Pablo pôde correr e isolar Bruno Rodrigues, que finalizou. Houve festejo do Famalicão e ira do FC Porto, mas também houve fora-de-jogo. Resistiu o FC Porto, que sofreu mais do que seria previsível depois de ter o jogo controlado. Foi uma má segunda parte portista.