Gouveia e Melo responde a manifestantes: “O negacionismo e obscurantismo é que são os verdadeiros assassinos”

Responsável pela campanha de vacinação saúda adesão dos adolescentes e afirma que estes demonstraram “uma maturidade muito superior” aos manifestantes anti-vacinas que o receberam em Odivelas.

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O vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador do grupo de trabalho responsável pela vacinação em Portugal, foi recebido na noite de sábado por cerca de duas dezenas de manifestantes à porta do Centro de Vacinação de Odivelas. O responsável pela task force optou por não evitar ou contornar os manifestantes, gerando-se um momento de alguma tensão, com o militar a ser alvo de insultos.

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O vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador do grupo de trabalho responsável pela vacinação em Portugal, foi recebido na noite de sábado por cerca de duas dezenas de manifestantes à porta do Centro de Vacinação de Odivelas. O responsável pela task force optou por não evitar ou contornar os manifestantes, gerando-se um momento de alguma tensão, com o militar a ser alvo de insultos.

Questionado pelos jornalistas sobre o que é que os manifestantes lhe tinham dito quando entrou, o vice-almirante afirmou: “Olhe, o que estão a dizer agora, genocídio e assassínio, chamam-me assassino, o que quer que eu lhe diga?”. O responsável da task force salientou que a “única coisa” que tinha a dizer aos manifestantes era que “o obscurantismo no século XXI continua”.

É claro, disse, que as pessoas “têm direito às suas opiniões”, mas “não têm é o direito a impor a sua opinião aos outros”. E, quando essa “opinião é imposta já de forma violenta, deixa de ser democracia, portanto têm direito à sua opinião, têm direito a falar uns com os outros, não têm direito a empurrar, não têm direito a condicionar as pessoas e, por isso, é que eu entrei ali pela porta principal”, sublinhou.

E devolveu as acusações que os manifestantes lhe dirigiram: “O negacionismo e obscurantismo é que são os verdadeiros assassinos.” E sublinhou: “A vacinação é um acto voluntário. Ninguém obriga ninguém a ser vacinado. Mas já se percebeu o que é que mata, não é a vacina. É o vírus.”

Gouveia e Melo visitava Odivelas, nos arredores de Lisboa, no dia em que se iniciou o processo de vacinação dos jovens entre os 16 e os 17 anos. “Já se apresentaram mais de 102 mil jovens e o dia ainda não acabou”, informava Gouveia e Melo.

“Julgo que jovens na sua juventude já demonstram uma maturidade muito superior ao que está atrás de mim neste momento”, acrescentou, referindo-se à manifestação à porta do centro. “Os jovens responderam ‘sim’ [à vacinação].”

Mais tarde, confessou que ver jovens a furar a manifestação “para se virem vacinar" ali em Odivelas tinha sido "dos momentos mais inspiradores” que tinha neste processo de vacinação.

“Ter conversado com jovens que disseram: ‘aqueles senhores andaram a encher-me a cabeça e eu passei pela fila e vim vacinar-me’ enche-me o peito de esperança porque o nosso povo, afinal de contas, tem muito mais sabedoria do que a gente possa pensar”, enfatizou o vice-almirante.

À saída, o vice-almirante saiu por onde entrou, pela porta principal, ladeado por agentes da PSP, por entre gritos de manifestantes a chamarem-no de “assassino”.

À Lusa, uma das organizadoras do protesto repetiu alegações sobre a segurança das vacinas e vangloriou-se pelo facto de o movimento, no sábado de manhã, ter convencido “pelo menos seis jovens” a não terem tomado a vacina durante uma acção na Cidade Universitária, em Lisboa.