No dia em que Portugal atinge um milhão de infecções por covid-19 perguntamos: chegar aos zero casos é uma utopia?
A população portuguesa terá de continuar a conviver com a presença da covid-19 durante mais algum tempo, mas a doença vai deixar de afectar o nosso dia-a-dia como acontecia até aqui. Os dias com “zero casos” não estão nos calendários dos especialistas, que avisam que é preciso continuar a monitorizar a transmissão e, sobretudo, a eficácia a longo prazo das vacinas.
Foram precisos mais de 17 meses de epidemia para Portugal ultrapassar a marca de um milhão de casos confirmados de covid-19. Mas esta é uma fase muito diferente daquela que o país atravessava quando atingiu o meio milhão de casos confirmados, em meados de Janeiro, início da terrível segunda vaga da doença, a mais mortífera até aqui. Mais de metade da população portuguesa elegível para a vacinação está agora protegida, o número diário de casos tem vindo a estabilizar e os indicadores das mortes e internamento a baixar. Numa altura em que caminhamos a passos largos para a tão desejada “libertação”, devemos continuar a olhar da mesma forma para o número de infecções que todos os dias se registam nos boletins da Direcção-Geral da Saúde (DGS)? Ou podemos aprender a conviver com este vírus? Que lições podemos tirar do combate a outras doenças?