Numa Madrid a rondar os 40ºC, há mais pessoas a refugiarem-se nos shoppings

Durante o pico de calor desta semana, a afluência aos centros comerciais em zonas mais pobres quase que duplicou em relação às das zonas mais ricas de Madrid, noticia o El País. As vendas não.

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Juan Medina/Reuters

O vendedor Daniel Seoane garante que vê mais clientes entrarem no shopping Alcalá Norte nos dias mais quentes. Em vez de praia, as pessoas desesperam é pelo ar condicionado, conta, ao El País. Numa Madrid a rondar os 40ºC, o fenómeno dos centros comerciais “como refúgio climático”, a expressão usada pelo jornal espanhol, depende do poder económico dos diferentes bairros. 

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O vendedor Daniel Seoane garante que vê mais clientes entrarem no shopping Alcalá Norte nos dias mais quentes. Em vez de praia, as pessoas desesperam é pelo ar condicionado, conta, ao El País. Numa Madrid a rondar os 40ºC, o fenómeno dos centros comerciais “como refúgio climático”, a expressão usada pelo jornal espanhol, depende do poder económico dos diferentes bairros. 

Quem visita Alcalá Norte, mora no bairro de imigrantes Pueblo Nuevo. Como a empregada doméstica peruana Melissa Salazar, que estava no parque a brincar com a filha e entrou no shopping para se refrescarem um pouco. Fazem-no duas a três vezes por semana, conta. 

A temperatura está mais amena do que no parque e na rua, mas o shopping numa zona mais pobre de Madrid também economiza no ar condicionado. Às vezes, até o desliga, sem aviso. Já no arejado Arturo Soria Plaza, a menos de dois quilómetros de distância, a conta da luz está longe de ser um problema. É a falta de clientes, entretidos nas piscinas do condomínio Conde Orgaz durante todo o dia, que preocupa os vendedores num mês quase sempre complicado para o comércio. 

Durante o pico de calor desta semana, a afluência aos centros comerciais em zonas mais pobres quase que duplicou em relação às das zonas mais ricas de Madrid, noticia o El País

Mas, embora as pessoas entrem ligeiramente em maior número nos dias de maior calor, não saem com mais sacos. Como na maior parte das vezes as visitas não se convertem em vendas, escreve o jornal, os shoppings começam a não referir a temperatura amena nas publicidades. 

Em Espanha, e para poupar energia, a temperatura dos shoppings não pode descer dos 26ºC (e, no Inverno, não podem subir dos 21). Os jornalistas do El País entraram em alguns, com um termómetro, e surpreenderam-se: as temperaturas rondavam os 30º.