Chega afirma que perfil no Facebook que admitia envenenamento de Ventura na vacinação não é do partido
Desde segunda-feira que se tornou viral um post no perfil intitulado Chega-Vila Real no qual se dizia que Ventura e quem dissesse ser do Chega corria o risco de ser envenenado quando se fosse vacinar. Perfil não é de dirigentes do Chega, garante a direcção.
A direcção do Chega desmentiu, em comunicado emitido ao início da tarde desta terça-feira, que a página no Facebook em que se escreveu que André Ventura ou quem dissesse ser do Chega corria o risco de ser envenenado pelo “Governo socialista”, quando se fosse vacinar, seja gerida por dirigentes do partido.
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A direcção do Chega desmentiu, em comunicado emitido ao início da tarde desta terça-feira, que a página no Facebook em que se escreveu que André Ventura ou quem dissesse ser do Chega corria o risco de ser envenenado pelo “Governo socialista”, quando se fosse vacinar, seja gerida por dirigentes do partido.
“Face à notícia lançada ontem pela imprensa, que não contactou a direcção nacional do Chega para apurar a veracidade da mesma, cabe agora deixar claro que a página de Facebook em causa é gerida por militantes do partido que não têm quaisquer responsabilidades dirigentes”, lê-se no comunicado.
“Em sentido oposto, o perfil https://www.facebook.com/chega.vilareal.9 é o que representa a comissão política distrital de Vila Real, tal como garantido à direcção nacional pelo presidente da mesma, José Dias. A direcção nacional do Chega vem assim repudiar a forma leviana como se escrevem notícias acerca do partido, um tratamento que não se verifica em relação a mais nenhum partido com assento parlamentar”, acrescenta.
O PÚBLICO foi um dos órgãos de informação que noticiaram que o perfil do Chega de Vila Real, a forma como o perfil se apresenta, com o símbolo do partido, apresentava desde segunda-feira esta justificação para o facto de o líder de partido, que está com covid-19, não ter tomado a vacina: provavelmente seria envenenado “por funcionários do Governo socialista”. “Duvidam que se o André chegasse ao centro de vacinação cheio de funcionários do Governo socialista do António Costa não lhe iam tentar injectar veneno mal percebessem que era ele? Todo o cuidado é pouco e recomendo aos militantes do Chega que não se identifiquem como tal quando vão tomar a vacina. Incomodamos muita gente e vão fazer de tudo para nos parar. Tomem cautela”.
Mas, pelas 11h30, contactou a assessora de imprensa de André Ventura, Patrícia Carvalho, para saber se a referida página pertencia à distrital de Vila Real, tendo esta afirmado que estava de facto “convencida” de que seria. O PÚBLICO perguntou ainda à assessora se haveria alguém da direcção do partido disposto a comentar aquelas declarações. Patrícia Carvalho afirmou iria ver se alguém queria comentar, mas acabou por não voltar a responder. A resposta acabou por ser este comunicado.
Ainda antes da mensagem da direcção, André Ventura escreveu no Twitter: “Se eu acho e estou convencido que o Governo português ficaria feliz em silenciar-me? Naturalmente! Se existem neste mundo forças que de bom grado me eliminariam, física e politicamente? Sem dúvida! A luta contra a corrupção e o compadrio têm os seus custos!”.
Noutro texto publicado na mesma rede, Ventura, 38 anos, diz que “milhões de pessoas por toda a a Europa, muitas delas profissionais de saúde, decidiram ainda não tomar a vacina. “Milhões de cidadãos plenos querem saber mais e estar perfeitamente conscientes do que estão a fazer, eu sou mais um. Isto é algum crime”, pergunta.
Diz ainda que “as coisas não se misturam” e que não se vacinou, porque, “numa primeira fase” recusou “ser prioritário”. “Recentemente, entendi que ainda não tinha informação suficiente para tomar uma decisão sobre a matéria. É assim tão surpreendente”, questiona.
André Ventura, que está a cumprir um período de quarentena por estar com covid-19, já declarara na véspera ao Observador que há dirigentes no Chega antivacinas, que tomaram a decisão de não se vacinar, e que o partido tem “uma franja do eleitorado muito antivacinas e muito forte contra o processo de vacinação”. Uma vacinação que, na opinião do próprio André Ventura, começa a tornar-se, na prática, obrigatória, por força do certificado digital do qual depende o acesso a vários serviços.
Notícia actualizada com o comunicado do Chega