Pelo menos 150 casas destruídas num dos 100 incêndios que ardem na Grécia
As autoridades de Atenas recomendaram aos residentes que permaneçam dentro de casa e que usem máscaras para se protegerem do fumo e das cinzas. Protecção Civil emitiu um alerta de “risco extremo de incêndio” para sexta-feira.
Pelo menos 150 casas já foram destruídas no violento incêndio que cercou um mosteiro e uma dúzia de aldeias na ilha grega de Eubeia. Este é apenas um de mais de 100 incêndios activos na Grécia, que enfrenta a pior onda de calor em décadas, com as previsões a apontarem para que as altas temperaturas persistam até ao final da semana. Para sexta-feira, a Protecção Civil emitiu um alerta de “risco extremo de incêndio”.
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Pelo menos 150 casas já foram destruídas no violento incêndio que cercou um mosteiro e uma dúzia de aldeias na ilha grega de Eubeia. Este é apenas um de mais de 100 incêndios activos na Grécia, que enfrenta a pior onda de calor em décadas, com as previsões a apontarem para que as altas temperaturas persistam até ao final da semana. Para sexta-feira, a Protecção Civil emitiu um alerta de “risco extremo de incêndio”.
Os bombeiros continuavam ainda esta quinta-feira a combater um fogo na periferia de Atenas, uma zona florestal “de vegetação densa”, ao mesmo tempo que o presidente da câmara de Olímpia, o berço dos Jogos Olímpicos, pedia ajuda para impedir as chamas de alcançar o complexo arqueológico. A antiga Olímpia ostenta as ruínas do estádio e dos templos pagãos que durante séculos, desde 776 a.C., receberam os antigos Jogos Olímpicos, e é ali que tem habitualmente lugar a cerimónia da chama olímpica, que marca o início oficial dos Jogos.
“Estamos a travar uma batalha de titãs”, disse o vice-ministro da Protecção Civil, Nikos Hardalias, citado pela AFP. “O mais difícil ainda está por vir.” De acordo com Hardalias, a Grécia enfrentou um total de 118 incêndios nas últimas 24 horas, com as temperaturas a ultrapassarem os 40 graus.
Especialistas têm alertado que o aquecimento global está a aumentar tanto a frequência como a densidade dos incêndios florestais que a Grécia se habituou a enfrentar todos os Verões, tal como tem acontecido noutras partes do mundo.
Na ilha de Eubeia, a cerca de 100 km de Atenas, mais de 80 pessoas foram obrigadas a fugir esta quinta-feira. As enormes chamas que irrompem da floresta são visíveis a partir do mar: os bombeiros explicam que este fogo é particularmente difícil de controlar por causa das colinas que se espalham pela ilha, limitando a visibilidade.
Três monges do mosteiro de São David recusaram abandonar o local, mas todos os outros habitantes das aldeias vizinhas já foram retirados. “Estamos a sufocar com o fumo”, disse um dos monges por telefone à ANA, a agência de notícias nacional grega, descrevendo chamadas de 30 a 40 metros de altura em redor do mosteiro.
Cerca de 170 bombeiros apoiados por sete helicópteros e aviões estão a combater este incêndio, segundo a Protecção Civil, mas os dirigentes políticos da ilha denunciam a falta de recursos.
“Estamos a pedir às autoridades para o apoio aéreo e as forças terrestres também, para não arriscarmos a perda de vidas”, disse à ANA o presidente de câmara de Limni, no noroeste da ilha. Em declarações à Skai TV, Argyris Liaskos, “número dois” da câmara de Mantoudiou, diz que nenhum apoio aéreo foi enviado: “Pelo menos 150 casas arderam”, afirma.
Em Atenas, são mais de 500 os bombeiros a combater o fogo florestal que arde nos arredores da cidade – alguns incêndios reacenderam-se durante esta quinta-feira. Mais de uma dezena de casas foram destruídas desde terça-feira, quando o incêndio começou numa floresta de pinheiros no sopé do Monte Parnitha, uma das três cordilheiras que cerca da capital grega.
As autoridades em Atenas recomendaram aos residentes que permaneçam dentro de casa e que usem máscaras para se protegerem do fumo e das cinzas. Dezenas de pessoas têm contactado os serviços de emergência com queixas de dificuldades respiratórias.
Em Olímpia, cerca de 100 bombeiros, ajudados por três helicópteros e dois aviões, tentavam controlar as chamas, com o Governo a garantir que está a fazer tudo o que está ao seu alcance. “Tudo o que pode ser feito para proteger o museu e o complexo arqueológico, onde os Jogos Olímpicos começaram, foi feito”, disse a ministra da Cultura, Lina Mendoni, na quarta-feira à noite.
Os monumentos históricos de Olímpia parecem ter escapado sem danos, para já, depois de uma batalha que se prolongou pela noite e pelo dia, disse ao canal ANT1 Mendoni.