De Carlos Lopes a Pedro Pichardo, recorde os cinco títulos olímpicos de Portugal

Dois triunfos na maratona, um nos 10.000 metros e dois no triplo salto, eis o pecúlio dourado português nos Jogos.

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Clodagh Kilcoyne/Reuters

O título conquistado por Pedro Pablo Pichardo na final do triplo salto, em Tóquio, elevou para cinco o total de medalhas de ouro alcançadas por Portugal nos Jogos Olímpicos. Recorde os cinco rostos e as marcas obtidas pelos atletas portugueses no mais importante e mediático evento multidesportivo do mundo.

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O título conquistado por Pedro Pablo Pichardo na final do triplo salto, em Tóquio, elevou para cinco o total de medalhas de ouro alcançadas por Portugal nos Jogos Olímpicos. Recorde os cinco rostos e as marcas obtidas pelos atletas portugueses no mais importante e mediático evento multidesportivo do mundo.

Carlos Lopes (maratona) - Los Angeles, 1984

O primeiro título olímpico de Portugal será sempre um dos mais icónicos. Não apenas por ter sido o primeiro, mas por ter sido obtido de forma absolutamente categórica por um Carlos Lopes que arrasou toda a concorrência, em Los Angeles. Na maratona, a prova mais longa do calendário olímpico, o fundista do Sporting foi demolidor: ao concluir o percurso em 2h09m21s, bateu o recorde olímpico da distância (uma marca que resistiu até 2008), entrando completamente isolado no Estádio Olímpico, com uma larga vantagem sobre o irlandês John Treacy e o britânico Charles Spedding. Tinha 37 anos.

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Rosa Mota (maratona) - Seoul, 1988

Na década de 1980, Portugal assumia-se como uma potência na maratona. E se em Los Angeles Carlos Lopes tinha atraído todas as atenções, o que é certo é que Rosa Mota também havia conquistado uma medalha na distância, a de bronze. Quando entrou para a prova em Seoul, quatro anos depois, já tinha outro estatuto. A 23 de Setembro de 1988, a fundista portuense impôs-se numa prova muito concorrida até ao quilómetro 25 (eram 12 as candidatas nessa altura), disputando mais tarde com a australiana Lisa Martin a medalha de ouro. A portuguesa atacou a dois quilómetros da meta e ganhou com 13 segundos de avanço, em 2h25m39s.  

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Fernanda Ribeiro (10.000m) - Atlanta 1996

Foi uma ultrapassagem já na recta da meta, sobre a chinesa e recordista mundial Wang Junxia, que valeu a Fernanda Ribeiro o maior título da carreira e um dos maiores feitos do atletismo português. Aos 27 anos, a 2 de Agosto de 1996, a fundista de Penafiel (campeã do mundo em 1995, em Gotemburgo) levou a melhor numa prova de 10.000 metros que tinha na etíope Derartu Tulu a terceira favorita ao triunfo, concluindo o percurso em 31m01,63s, um novo recorde olímpico. Um feito notável, especialmente para uma atleta que enfrentava uma lesão delicada no tendão de Aquiles e que chegou a ponderar terminar a carreira nesse ano. 

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Nelson Évora (triplo salto) - Pequim 2008

Quando entrou na final do triplo salto no Estádio Olímpico de Pequim, em 2008, Nelson Évora já levava o rótulo de um dos favoritos, graças ao título mundial conquistado um ano antes, em Osaka (onde renovou o recorde nacional, com 17,74m). Num concurso decisivo de altíssimo nível, saltou 17,67m, mais cinco centímetros do que o britânico Philips Idowu (17,62m) e mais oito do que Leevan Sands, das Bahamas. Sem nunca sair do pódio provisório, o triplista português esteve quase sempre acima dos 17 metros e fixou a melhor marca mundial do ano. Depois, tirou da mochila a bandeira de Portugal que tinha levado com mensagens de boa sorte e festejou como merecia.

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Wolfgang Rattay/Reuters

Pedro Pablo Pichardo (triplo salto) - Tóquio 2020

O objectivo era a fasquia dos 18 metros e Pedro Pablo Pichardo ficou lá bem perto. Com 17,98m, o triplista português não só fixou um novo recorde nacional como venceu, com relativo conforto, o concurso olímpico, em Tóquio. Depois de uma qualificação sem dificuldades, na final Pichardo arrumou a questão ao terceiro ensaio, evitando que a dor no pé que o assolou pouco depois comprometesse as suas aspirações. Ele, que já havia sido vice-campeão mundial por Cuba em 2013 e 2015, atinge o ponto alto da carreira, mas ainda com margem de progressão - até porque tem 18,08m como recorde pessoal. Foi uma estreia demolidora nas Olimpíadas para o saltador de 28 anos.

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Dylan Martinez/Reuters