Biden junta-se aos pedidos de demissão do governador de Nova Iorque acusado de assédio sexual

Presidente dos EUA e outras figuras de topo do Partido Democrata pedem a Andrew Cuomo que renuncie ao cargo. Investigação independente concluiu que assediou 11 mulheres.

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Mensagem de Cuomo aos eleitores de Nova Iorque, depois de conhecidas as conclusões da investigação Reuters/STRINGER

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, juntou-se na terça-feira a outras figuras de topo do Partido Democrata que defendem a demissão do governador do estado norte-americano de Nova Iorque, Andrew Cuomo, à luz das revelações de uma investigação independente que o acusa de assédio sexual a 11 mulheres.

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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, juntou-se na terça-feira a outras figuras de topo do Partido Democrata que defendem a demissão do governador do estado norte-americano de Nova Iorque, Andrew Cuomo, à luz das revelações de uma investigação independente que o acusa de assédio sexual a 11 mulheres.

“Acho que se devia demitir”, assumiu o chefe de Estado, numa declaração curta aos jornalistas, em Washington.

Nancy Pelosi (presidente da Câmara dos Representantes), Chuck Schumer (líder da maioria democrata no Senado e senador eleito por Nova Iorque), Kirsten Gillibrand (senadora eleita por Nova Iorque) e Carl Heastie (presidente da assembleia estadual de Nova Iorque) já tinham pedido a saída de Cuomo, membro do Partido Democrata.

“Nenhum dirigente eleito está acima da lei. A população de Nova Iorque merece uma liderança melhor no gabinete do governador. Continuamos a acreditar que o governador devia renunciar”, afirmaram Schumer e Gilibrand, num comunicado conjunto.

Apesar da pressão do partido, Cuomo não parece, no entanto, disposto a apresentar a demissão. O governador – uma breve estrela democrata em ascensão por causa do combate à covid-19 que caiu em desgraça nos últimos meses – garante que nunca tocou em ninguém “de forma inapropriada” e que nunca fez “avanços sexuais inapropriados”.

“Ainda temos muito que fazer”, disse Cuomo numa mensagem de vídeo para os eleitores de Nova Iorque, assegurando que os factos da investigação “são muito diferentes da forma como foram apresentados”.

Levada a cabo durante cinco meses por dois advogados e supervisionada pela procuradora-geral do estado de Nova Iorque, Letitia James – outra democrata –, a investigação cível em causa baseou-se nos testemunhos de 11 mulheres e produziu um relatório detalhado com 165 páginas.

Identificando “um padrão perturbador de comportamentos do governador do grande estado de Nova Iorque”, conclui que Cuomo “assediou sexualmente várias mulheres e, ao fazê-lo, violou leis federais e estaduais”.

Em conferência de imprensa na terça-feira, James disse que Cuomo protagonizou “toques indesejados e sem consentimento e fez numerosos comentários de natureza sexual sugestiva que criaram um ambiente de trabalho hostil para as mulheres”.

Cabe agora à procuradoria-geral da capital estadual, Albany, decidir se avança ou não para uma investigação criminal à actuação de Cuomo e, se for caso para tal, se o acusa formalmente pelos crimes enunciados pelo relatório.