Luciana Diniz apurada para a final de saltos de obstáculos

A final, com os 30 melhores, está marcada para quarta-feira, às 19h00 locais (11h00 em Portugal continental).

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Luciana Diniz celebra em Tóquio LUSA/TIAGO PETINGA

Há modalidades olímpicas em que as finais são disputadas entre oito finalistas. Outras podem ter 15 candidatos. Depois, há os saltos de obstáculos, em que a final é uma autêntica guerra entre não cinco, não dez, não 15 e não 20, mas entre 30 cavaleiros.

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Há modalidades olímpicas em que as finais são disputadas entre oito finalistas. Outras podem ter 15 candidatos. Depois, há os saltos de obstáculos, em que a final é uma autêntica guerra entre não cinco, não dez, não 15 e não 20, mas entre 30 cavaleiros.

Nesse lote, que compreende homens e mulheres na mesma prova, estará a portuguesa Luciana Diniz, que se apurou nesta terça-feira, em Tóquio, para a final do evento equestre, marcada para quarta-feira (11h de Portugal continental).

Montada no Vertigo du Desert, a atleta de 50 anos, nascida no Brasil, fez o oitavo melhor tempo na qualificação, entre 73 cavaleiros, gastando 85,62 segundos para completar o percurso de saltos. Fê-lo sem qualquer falha – ela e o Vertigo –, ultrapassando com algum conforto os 14 obstáculos do Parque Equestre. Foi uma das 25 atletas a conseguirem “folha limpa”.

O melhor tempo de qualificação ficou para o britânico Ben Maher, com 81,34 segundos, mas o importante, para a portuguesa, é mesmo a presença na final, mais do que o tempo de qualificação – que pouco conta na ronda final, ainda que ofereça um detalhe relevante.

O oitavo tempo da cavaleira vai permitir que a portuguesa seja das últimas a partir para a prova (aplica-se a ordem inversa da tabela da qualificação) e já tenha, dessa forma, uma noção bastante aproximada do tempo de prova que a colocará na luta das medalhas.

De olho na medalha

Luciana Diniz parte para esta final com o objectivo de conquistar uma medalha, até pelo crescimento contínuo entre ciclos olímpicos. A cavaleira foi 38.ª em Atenas 2004 (ainda como atleta do Brasil) e, já a representar Portugal, foi 17.ª em Londres 2012 e 9.ª no Rio 2016, competindo “em casa”. Tudo o que for menos do que o nono lugar será, portanto, um retrocesso inédito na carreira olímpica de Luciana Diniz.

A própria Federação Equestre Portuguesa (FEP) apontou ao PÚBLICO que o objectivo é não só melhorar esse nono lugar, mas também deitar mão a uma medalha. “Se é irreal pensar numa medalha? Não, de todo. Ficámos em nono lugar no Rio e agora queremos fazer mais, quem sabe até uma medalha. É esse o objectivo. A Luciana e o Vertigo tiveram uma preparação complicada, mas estão em muito boa forma”, garantiu Bruno Rente, presidente da FEP, que acrescentou que o cavalo da atleta luso-brasileira “está bem e está alegre”.

Entre a FEP e Luciana Diniz não há dissonância no objectivo, mas há nos termos referidos. Após a qualificação, a cavaleira mostrou-se muito confiante, mas nunca referiu a “palavra mágica” (medalha).

“O plano era qualificar-me para a grande final, que às vezes é o passo mais difícil, porque tem de estar tudo já perfeito. O nosso objectivo está cumprido e amanhã [hoje] há uma grande missão na final. Vou dar o meu melhor, estou super-confiante”, apontou, citada pelo Comité Olímpico de Portugal.