Israel ameaça “enviar uma mensagem” ao Irão após ataque contra petroleiro
O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, responsabilizou o Irão pela morte de dois tripulantes de um navio operado por uma empresa israelita. O Irão nega qualquer envolvimento e diz que “não hesitará em defender os seus interesses”.
O novo Governo de Israel ameaçou “enviar uma mensagem ao Irão” em resposta ao ataque contra um petroleiro operado por uma empresa israelita, na passada quinta-feira, ao largo da costa de Omã.
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O novo Governo de Israel ameaçou “enviar uma mensagem ao Irão” em resposta ao ataque contra um petroleiro operado por uma empresa israelita, na passada quinta-feira, ao largo da costa de Omã.
Na reunião semanal do Conselho de Ministros de Israel, este domingo, o primeiro-ministro, Nafatli Bennett, foi taxativo a acusar os iranianos pelo ataque, no qual morreram um segurança britânico e um tripulante romeno.
“Declaro de forma inequívoca: o Irão é o responsável pelo ataque contra o navio”, disse Bennett, acrescentando que o relatório dos serviços secretos israelitas apoia a sua afirmação.
Segundo os responsáveis da empresa israelita que opera o petroleiro, a Zodiac Maritime, o navio foi atacado com um drone — uma versão apoiada pelos serviços secretos dos EUA, avança a BBC.
Numa reacção às acusações israelitas, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Saeed Khatibzadeh, negou o envolvimento do país e frisou que o Irão “não hesitará em defender os seus interesses”.
“O regime sionista criou insegurança, terror e violência. Estas acusações sobre o suposto envolvimento do Irão são condenadas por Teerão”, disse o responsável, numa conferência de imprensa. O porta-voz acusou Israel de querer “desviar a atenção dos factos”.
Nos últimos meses, o Irão e Israel têm-se acusado mutuamente de lançarem ataques contra navios dos dois países. A morte de duas pessoas, na passada quinta-feira, foi o caso mais grave e pode extremar ainda mais as posições.
Os incidentes na região do Golfo Pérsico entre o Irão e Israel, e entre o Irão e os EUA, aumentaram de frequência desde que os norte-americanos abandonaram o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, em Maio de 2018.
Em Viena, na Áustria, estão a ser feitos esforços para reanimar o acordo, com o envolvimento indirecto de uma delegação dos EUA. O Presidente norte-americano, Joe Biden, mostrou vontade em reverter a decisão do seu antecessor, Donald Trump, se o Governo iraniano também aceitar um regresso aos termos do acordo alcançado em 2015.