Diogo Abreu saltou longe do centro

Tal como há cinco anos, no Rio de Janeiro, o ginasta português falhou a final do trampolim em Tóquio, mas a intenção é continuar até Paris.

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Diogo Abreu, ginasta português LUSA/TIAGO PETINGA

Foram oito saltos até garantir a impulsão suficiente para fazer uma rotina de dez e terminar. Diogo Abreu ganhou a impulsão, fez o exercício que já tinha feito centenas ou milhares de vezes, mas sentiu, quando estava no ar, que estava a fugir do sinal mais que assinala o meio do trampolim. O atleta português tentou corrigir, mas não conseguiu, foi parar ao colchão e ficou fora da final olímpica em Tóquio. Um salto mal calculado como já acontecera no Rio de Janeiro, há cinco anos, e que teve as mesmas consequências.

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Foram oito saltos até garantir a impulsão suficiente para fazer uma rotina de dez e terminar. Diogo Abreu ganhou a impulsão, fez o exercício que já tinha feito centenas ou milhares de vezes, mas sentiu, quando estava no ar, que estava a fugir do sinal mais que assinala o meio do trampolim. O atleta português tentou corrigir, mas não conseguiu, foi parar ao colchão e ficou fora da final olímpica em Tóquio. Um salto mal calculado como já acontecera no Rio de Janeiro, há cinco anos, e que teve as mesmas consequências.

“É muito difícil aperceber-me do que é que eu fiz. Faço estas séries centenas ou milhares de vezes até chegar a este ponto, já é automático. Já não estou propriamente a pensar em todos os pormenores para realizar o salto. Quando saí para o salto, notei logo que estava bastante fora, ainda tentei meter os pés um bocadinho de lado para ver se conseguia um salto mais simples e voltar ao meio, mas estava completamente desequilibrado e não tinha hipótese nenhuma. Ainda faltavam alguns saltos, faltavam três saltos e nos trampolins, sendo uma série de dez, mesmo com nove é uma dedução bastante grande e já não dá para o que quer seja”, lamentou.

Depois de uma boa primeira rotina na qualificação que o deixou em sétimo (qualificam-se os oito primeiros), pontuada com 52,135, Diogo Abreu avançou confiante para a segunda rotina e estava contente com o que estava a fazer. “Na minha série 1 tive 52 e qualquer coisa [52.135], numa segunda série costumo ter 59 ou 60 pontos se for bastante boa. Foi mais ou menos o que os outros tiveram, houve ali vários 59, que depois variam nalgumas décimas. Dava direito à final e sei que tenho potencial para fazer isso, mas desta vez acabou por não sair.”

O português acabou por aterrar no colchão e ficou imediatamente afastado da final numa qualificação marcada por várias quedas. Abreu, que abandonou a prova a chorar e com as mãos no rosto, seria 11.º entre os 16 que estavam em prova, com 93.420, bem longe do que seria necessário para a qualificação – o último dos qualificados, o russo Dmitrii Ushakov, passou com 109.485. A final aconteceria pouco depois, com medalha de ouro para o bielorrusso Ivan Litvinovich, prata para o chinês Dong Dong e bronze para o neozelandês Dylan Schmidt.

Ainda assim, esta foi uma presença olímpica melhor que a do Rio de Janeiro, em que sofreu uma queda aparatosa logo no início da segunda rotina, que o atirou para o último lugar. “Obviamente que estamos aqui para fazer os dez saltos das duas séries e vou ficar obviamente triste, mas o meu balanço positivo tem a ver com a experiência de ter estado aqui e de ter conseguido o apuramento, porque foi um processo bastante mais longo do que o normal e bastante difícil, porque estávamos a competir entre três portugueses bastante fortes”, assinalou.

Estas quedas nas qualificações não desmoralizam o ginasta de 27 anos para futuras edições dos Jogos. Diogo Abreu quer continuar a saltar no trampolim olímpico: “Obviamente depende de várias coisas, mas se a saúde física estiver bem, penso que posso continuar. Apesar de esta prova não ter corrido bem, penso que nas provas internacionais que disputei tenho tido bons resultados, e o meu nível internacional é bastante bom. Se eu me mantiver assim, penso que tenho capacidades para me apurar para Paris.”