Gonçalves Pereira diz que não é recandidato por opção exclusiva da direcção do CDS

Actual vereador diz que soube pela comunicação social da decisão de Francisco Rodrigues dos Santos, que está a ser criticada internamente.

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Gonçalves Pereira foi número dois na lista de Assunção Cristas, em 2017 Nuno Ferreira Santos

O vereador do CDS-PP na Câmara de Lisboa João Gonçalves Pereira afirmou nesta sexta-feira que não volta a ser candidato nas próximas autárquicas por opção exclusiva da actual direcção do partido, que foi contra os órgãos distritais e concelhios.

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O vereador do CDS-PP na Câmara de Lisboa João Gonçalves Pereira afirmou nesta sexta-feira que não volta a ser candidato nas próximas autárquicas por opção exclusiva da actual direcção do partido, que foi contra os órgãos distritais e concelhios.

“Este ano, nas próximas eleições autárquicas, por opção exclusiva da actual direcção do CDS, não serei recandidato”, sublinha João Gonçalves Pereira numa publicação na rede social Facebook.

“Mas a minha primeira palavra não vai para essa direcção. Vai para o candidato a vereador Diogo Moura, que serve esta cidade e a conhece como ninguém. E vai para o candidato a presidente da Câmara, Carlos Moedas, a quem já tive oportunidade de desejar telefonicamente boa sorte desde a primeira hora”, acrescenta.

Sobre a decisão da direcção do CDS-PP, que o exclui da lista à Câmara de Lisboa, o ainda vereador diz que foi “contra os órgãos distritais e concelhios democraticamente eleitos pelos militantes” do partido, defendendo que “a sua acção fala por si”.

“Da minha parte, a consciência tranquila da disponibilidade e da entrega ao partido que sempre existiu, desde 1995. No entanto, sobre as consequências das suas acções, falarei publicamente somente após as eleições locais. E, preferencialmente, em congresso”, aponta.

João Gonçalves Pereira refere ainda que só teve conhecimento da decisão da direcção do partido pela imprensa. O autarca considera que serviu a cidade, quer “com centenas de propostas que em muitos casos foram aprovadas e que melhoram concretamente a vida dos lisboetas”, quer através do “atento escrutínio da gestão socialista dos presidentes António Costa e Fernando Medina”.

O antigo vice-presidente do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes e o deputado João Almeida qualificaram como saneamento político a exclusão de João Gonçalves Pereira da lista à Câmara de Lisboa, em coligação com o PSD.

“O Carlos Moedas, que é um excelente candidato, merecia mais: merecia que o CDS não tivesse saneado alguns dos seus melhores, dos que mais conhecem o terreno, dos que mais trabalharam por Lisboa. E o CDS Lisboa, que todos os dias de há muitos anos para cá vai construindo alternativa e partido, merecia mais consideração e respeito”, escreveu Adolfo Mesquita Nunes na rede social Facebook.

O ex-vice-presidente centrista e antigo secretário de Estado do Turismo assinalou que “num partido que valoriza o mérito, veta-se um nome essencial para o papel que o CDS tem hoje em Lisboa”, considerando que se trata do “vereador que mais se opôs e mais propôs”.

Também João Almeida, que se candidatou à liderança do partido contra Francisco Rodrigues dos Santos, interrompeu o seu silêncio sobre a direcção centrista desde o último congresso e o foco na sua candidatura à Câmara Municipal de São João da Madeira para criticar aquilo a que chamou “vingança cobarde” para com Gonçalves Pereira.

“O saneamento partidário do melhor vereador da Câmara de Lisboa prejudica gravemente o CDS e fere a candidatura que o CDS integra. O João Gonçalves Pereira não merecia esta vingança cobarde. O Carlos Moedas, que prezo e é um óptimo candidato, também não merecia este péssimo serviço prestado pelo CDS. Não só por ter afastado o melhor, como pela escolha que fez para o seu lugar”, afirmou na rede social Facebook, referindo-se a Filipe Anacoreta Correia.

O antigo dirigente centrista e ministro da Segurança Social Pedro Mota Soares também usou as redes sociais para se juntar às críticas, considerando que a lista à Câmara de Lisboa sem João Gonçalves Pereira é “uma lista mais pobre, que não reconhece o mérito, a sensibilidade social, a capacidade de trabalho e o conhecimento dos temas de alguém que já deu e quer continuar a dar o melhor de si à sua cidade”.

O executivo da Câmara de Lisboa, presidido por Fernando Medina, é actualmente composto por oito eleitos pelo PS (nos quais se incluem os Cidadãos por Lisboa), um do BE (que tem um acordo de governação do concelho com os socialistas), quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois da CDU.

Na corrida à presidência da autarquia foram até agora anunciadas as candidaturas de Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt) e João Patrocínio (Ergue-te). As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de Setembro.