Economia acelerou retoma com crescimento de 4,9% no segundo trimestre

Economia portuguesa mais do que compensou, no segundo trimestre do ano, a quebra que tinha registado no arranque de 2021. Variação do PIB foi de 4,9% em cadeia e de 15,5% em termos homólogos, colocando o PIB num nível que fica 4,7% abaixo do registado antes da crise

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Nuno Ferreira Santos

Beneficiando do alívio registado nas medidas de confinamento a partir do mês de Março, a economia portuguesa garantiu, no segundo trimestre deste ano, um crescimento de 4,9% em relação aos três meses imediatamente anteriores. Comparando com o mesmo trimestre do ano anterior, quando a economia se afundou no início da pandemia, a variação do PIB foi de 15,5%.

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Beneficiando do alívio registado nas medidas de confinamento a partir do mês de Março, a economia portuguesa garantiu, no segundo trimestre deste ano, um crescimento de 4,9% em relação aos três meses imediatamente anteriores. Comparando com o mesmo trimestre do ano anterior, quando a economia se afundou no início da pandemia, a variação do PIB foi de 15,5%.

A expectativa já era a de que, entre Abril e Junho passados, a economia portuguesa tivesse registado um resultado positivo. E, esta sexta-feira, na primeira estimativa publicada sobre as contas nacionais do segundo trimestre de 2021, o Instituto Nacional de Estatística confirmou-o.

Depois do recuo de 3,2% no primeiro trimestre, o PIB recuperou de forma acentuada, apresentando uma variação em cadeia de 4,9% e colocando a economia portuguesa mais perto de regressar aos níveis de actividade que registava antes do início da crise. Neste momento, o PIB trimestral ainda é 4,7% mais baixo do que aquele que se verificava no quarto trimestre de 2019, o último antes dos efeitos negativos da pandemia se começarem a fazer sentir.

No que diz respeito à variação do PIB face ao período homólogo do ano ano anterior, Portugal passou de um recuo de 5,3% no primeiro trimestre deste ano para um crescimento de 15,5% no segundo, o mais alto alguma vez registado no país (de acordo com as séries históricas trimestrais disponíveis). Este resultado deve-se em larga medida ao efeito base, já que a comparação é feita precisamente com o trimestre mais negativo da história da economia portuguesa: o segundo de 2020, em que o PIB caiu 14% em cadeia e 16,4% em termos homólogos.

Aumentar

Ao compensar a recaída do primeiro trimestre, esta aceleração do PIB no segundo trimestre do ano faz com que, num cenário de prolongamento da tendência positiva na segunda metade de 2021, a economia portuguesa possa atingir um ritmo de crescimento próximo do projectado no total do ano. O Governo antecipa no Programa de Estabilidade uma variação anual do PIB de 4% e a Comissão Europeia, nas previsões de Verão, de 3,9%.

O resultado do segundo trimestre ficou no entanto acima daquilo que Bruxelas previa. Os técnicos da Comissão esperavam uma variação do PIB em cadeia de 3,3%, mas a economia portuguesa cresceu 4,9%.

A limitar a confiança em relação à evolução da economia este ano estão contudo os sinais menos positivos dados pelos indicadores disponíveis para o mês de Julho. Num cenário de recuo do desconfinamento em diversos concelhos do país, assistiu-se nas últimas semanas a quebras nos níveis de confiança dos consumidores, nas expectativas dos empresários e no indicador diário de actividade económica calculado pelo Banco de Portugal.

Portugal mais rápido que a Europa

De qualquer forma, antes do impacto negativo da quarta vaga em Julho, a economia portuguesa conseguiu efectivamente destacar-se a nível europeu.

Se no primeiro trimestre do ano tinha sido a economia da zona euro com uma contracção mais forte (variação negativa em cadeia de 3,2% contra 0,3 na zona euro), agora foi, entre aquelas que já publicaram os seus resultados, a que mais cresceu durante o segundo trimestre. A variação em cadeia do PIB de 4,9% compara com um crescimento médio na zona euro de 2% (1,9% na EU). A variação do PIB em termos homólogos de 15,5% de Portugal é também superior à média da zona euro de 13,7%, mas fica atrás da de países como a Espanha, França e Itália.

Estas diferenças entre Portugal e o resto da zona euro são explicadas essencialmente pela forma como tem evoluído a pandemia nos diversos países. Depois de um final de 2020 mais positivo, Portugal viu a terceira vaga da pandemia penalizar de forma muito acentuada o desempenho da economia no primeiro trimestre, ao passo que no resto da Europa o impacto foi mais suave. Em contrapartida, os efeitos do desconfinamento no segundo trimestre foram mais claros em Portugal.