Este Pão de Medronho conquistou o prémio Food Fab Lab. Agora quer conquistar Portugal
O pão, desenvolvido pelo investigador Rui Lopes do CiTechCare do Politécnico de Leiria, é um pão rústico que dura até seis dias sem qualquer aditivo. E que prova o “potencial gastronómico” do medronho.
O que começou por ser uma “brincadeira” de Rui Lopes, investigador do CiTechCare do Politécnico de Leiria, mas com “conhecimento do potencial gastronómico” do medronho venceu o Prémio Food Fab Lab, criado pelo Tagusvalley - Tecnopolo do Vale do Tejo, em Abrantes.
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O que começou por ser uma “brincadeira” de Rui Lopes, investigador do CiTechCare do Politécnico de Leiria, mas com “conhecimento do potencial gastronómico” do medronho venceu o Prémio Food Fab Lab, criado pelo Tagusvalley - Tecnopolo do Vale do Tejo, em Abrantes.
Lopes, também chefe de cozinha e nutricionista, explica à Fugas que o interesse por este fruto o levou a “misturar o medronho com uma massa de pão” e o resultado foi “muito interessante”. O Pão de Medronho campeão tem um aroma frutado que “faz lembrar compotas de frutos vermelhos”, é macio, húmido, de aspecto rústico e tem uma longevidade sem nenhum aditivo até seis dias.
As experiências do vencedor, que é proprietário da empresa Medronho & Canela – Inovação Alimentar e Nutricional, nascida no Politécnico de Leiria, começaram em 2009 e desde aí seguiram-se dezenas de receitas, fichas técnicas com quantidades e misturas diferentes do Pão de Medronho.
Em 2014, Lopes começou a fazer investigação da fórmula do Pão de Medronho e apercebeu-se do “potencial de mercado do produto porque se apresentava com algumas características que estavam em linha com as principais tendências de consumo que estão na Europa, nomeadamente por ser um pão de aspecto rústico e com uma longevidade superior e que não gera desperdício alimentar”, explica.
Com investigação e várias experiências, só agora terminou “um dos ciclos mais importantes de investigação e de inovação”, ou seja, “garantir que temos um pão que incorpora produtos que lhe garantem um rótulo clean label, porque é um pão que não tem qualquer aditivo”, diz o investigador do Politécnico de Leiria.
O Pão de Medronho, refere, garante cerca de 19% de actividade antioxidante, 20% das VDR (Valores Diários de Referência) de fibra por cada cem gramas de pão, além da presença de vitaminas de vários complexos, todos os minerais do medronho e “compostos orgânicos voláteis” com várias “vantagens nutricionais”.
Em 2020, o produto foi colocado no mercado em pontos de venda no concelho de Leiria e o “objectivo é chegar ao mercado nacional”, afiança Rui Lopes.
De facto, o projecto foi uma “alavanca para fazermos outras aplicações do medronho noutros produtos e outras matrizes alimentares criando mais-valia para um fruto que deveria ser no nosso fruto nacional”, afirma, sublinhando que o medronho é um fruto “extremamente resiliente” e que está presente em todos os ecossistemas do país, desde o litoral ao interior, do Sul ao Norte.
Os vencedores do Prémio Food Fab Lab, um prémio que tem o objectivo fomentar o desenvolvimento de novos produtos alimentares, foram anunciados no dia 16, no INOV.LINEA – Tecnologias Alimentares, no TagusValley. A inovação, a degustação e o potencial de mercado foram os três critérios determinantes na escolha.