Os Jogos não tiraram João Sousa do “buraco” em que se encontra

Ténis português despede-se de Tóquio 2020 com terceira derrota em três encontros, com o vimaranense a falhar qualificação frente ao checo Tomas Machac.

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João Sousa Reuters/EDGAR SU

O tenista português João Sousa, 137.º jogador mundial, foi este domingo eliminado pelo checo Tomas Machac, 145.º, na primeira ronda do torneio de singulares dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, ao perder em três sets.

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O tenista português João Sousa, 137.º jogador mundial, foi este domingo eliminado pelo checo Tomas Machac, 145.º, na primeira ronda do torneio de singulares dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, ao perder em três sets.

Sousa, de 32 anos e a cumprir os segundos Jogos, perdeu pelos parciais de 6-7 (5-7), 6-4 e 6-4, não conseguindo levar a melhor sobre o adversário, de 20 anos, apesar de ter vencido o primeiro set, num jogo com duas horas e 34 minutos.

Portugal conclui assim a participação no ténis em Tóquio 2020, no Parque de Ténis de Ariake. Antes, João Sousa juntou-se a Pedro Sousa em pares, caindo na primeira ronda, o que já tinha acontecido a Pedro Sousa em singulares.

João Sousa prolongou assim, em Tóquio, um pouco mais, o péssimo ano que está a realizar em termos de resultados. O tenista português venceu apenas oito (incluindo qualifyings) em 26 encontros de singulares disputados em 2021.

Irritação no court

O jogo “quente” e renhido pendeu para Tomas Machac, com João Sousa a quebrar o serviço do checo no primeiro set, chegando ao 3-1.

Machac respondeu na mesma moeda e, após mais duas quebras de serviço seguidas, uma para cada lado, forçou o tie break. No desempate, a toada equilibrada manteve-se, com o português a resolver a questão por 7-5.

No segundo set, o jovem tenista da República Checa não perdoou e, logo a abrir, quebrou o serviço do vimaranense, que, com o avançar do jogo, ia protestando cada vez mais.

Um jogo regular de Machac permitiu-lhe segurar a vantagem e fechar por 6-4, lançando a decisão para o terceiro set, que começou com jogos cautelosos de parte a parte.

Nova quebra de serviço do checo - que fazia voar ases atrás de ases (acabou o jogo com 12), escondendo uma taxa alta de erros não forçados - permitiu-lhe passar para o controlo do jogo, a vencer por 3-2 e, pouco depois, por dois jogos de diferença.

Com o português visivelmente irritado, trocando mesmo argumentos com Machac, levou a melhor o checo, que segue em frente, após um jogo em que conseguiu controlar melhor o nervosismo do que o tenista luso.

João Sousa lamentou que o adversário estivesse num “melhor nível”, após uma partida que viu como “bastante renhida”.

“Satisfeito não estou, porque perdi. O ténis é assim. Não joguei mal, faltou um bocadinho de nível que tenho vindo a procurar há algum tempo. Tenho de dar mérito ao adversário, que fez um bom encontro. Foram três sets bastante renhidos, com dois deles a caírem para o lado dele, com uma quebra de serviço de diferença, tive oportunidades para devolver e não consegui”, lamentou.

Admitindo que vai procurar descansar e recuperar antes de definir o resto da temporada, João Sousa não comentou o que foi um jogo “quente”, com bastantes protestos e até conversa “acalorada” entre ambos.

“Foi o calor do momento, situações em que não estava de acordo, como ele”, disse apenas.

Também o checo, “mesmo feliz” pela vitória, desvalorizou o sucedido e as “quezílias” no court, porque nestas situações, “depois do jogo, percebe-se que não houve problemas”.

No Rio 2016, João Sousa chegou à segunda ronda, feito logrado também em pares, com Gastão Elias, conseguindo o nono lugar no torneio de duplas.

O ténis português concluiu a participação nos Jogos Olímpicos sem brilhantismo, com três derrotas em outros tantos encontros.

Antes, tinha sido o lisboeta Pedro Sousa a perder na sua estreia olímpica, ante o espanhol Alejandro Davidovich Fokina.

Portugal estreou-se com uma derrota na primeira ronda em Paris 1924, com Rodrigo Castro Pereira, antes de participações em três edições dos Jogos de Bernardo Mota, em Barcelona 1992 (com Emanuel Couto), Atlanta 1996 (Emanuel Couto) e Sydney 2000 (Nuno Marques).

Um jejum de 16 anos quebrou-se no Rio 2016, com João Sousa a chegar em grande nível, e, ao lado de Gastão Elias, a conseguir em pares o nono lugar no torneio.

Os dois tenistas chegaram à capital nipónica “com a expectativa alta de fazer bons encontros, jogar a bom nível. A verdade é que nem em singulares nem em pares conseguimos”, reconheceu João Sousa.