Fôlego. O nome não encerra, propriamente, uma categoria crítica canónica, mas não tencionamos perder a oportunidade que o romance mais recente de A. M. Pires Cabral (n. 1941) nos dá de o utilizarmos numa recensão. Finalmente. E é assim que se diz, de um livro que reclama (do autor?, do leitor?, de ambos?) muito trabalho, seja pelo seu tamanho ou pelo seu alcance, tratar-se de ‘obra de fôlego’; e de outro, que de tal forma cativa os seus leitores que estes o não abandonam antes de concluída a leitura, se afirma tratar-se de obra que, supremo elogio jornalístico, se lê ‘de um fôlego’. Pois bem – e apesar de o narrador não poupar esforços e investigações para esgotar o seu tema –, Feliciano não será, nem pelo número de páginas, nem pela estrutura, nem pela soma dos assuntos tratados, obra de fôlego, mas é, e é-o muito divertidamente, uma obra que se lê de um só fôlego. Fica já dito.
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Fôlego. O nome não encerra, propriamente, uma categoria crítica canónica, mas não tencionamos perder a oportunidade que o romance mais recente de A. M. Pires Cabral (n. 1941) nos dá de o utilizarmos numa recensão. Finalmente. E é assim que se diz, de um livro que reclama (do autor?, do leitor?, de ambos?) muito trabalho, seja pelo seu tamanho ou pelo seu alcance, tratar-se de ‘obra de fôlego’; e de outro, que de tal forma cativa os seus leitores que estes o não abandonam antes de concluída a leitura, se afirma tratar-se de obra que, supremo elogio jornalístico, se lê ‘de um fôlego’. Pois bem – e apesar de o narrador não poupar esforços e investigações para esgotar o seu tema –, Feliciano não será, nem pelo número de páginas, nem pela estrutura, nem pela soma dos assuntos tratados, obra de fôlego, mas é, e é-o muito divertidamente, uma obra que se lê de um só fôlego. Fica já dito.