A minha estreia no Nordeste de Portugal

O leitor Mário Menezes aproveitou um fim-de-semana para ir conhecer Mirandela, Bragança e a serra de Montesinho.

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Já visitei 50 países e ainda não tinha ido ao Nordeste de Portugal. A pandemia, a impossibilidade de viajar este ano no meu aniversário, o facto de poder comemorar a viajar, desta vez, o aniversário da minha mãe e a necessidade de “desconfinar” foram factores determinantes para nos fazermos à estrada rumo a um Portugal para mim desconhecido, fazendo deste fim-de-semana uma coisa memorável.   

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Já visitei 50 países e ainda não tinha ido ao Nordeste de Portugal. A pandemia, a impossibilidade de viajar este ano no meu aniversário, o facto de poder comemorar a viajar, desta vez, o aniversário da minha mãe e a necessidade de “desconfinar” foram factores determinantes para nos fazermos à estrada rumo a um Portugal para mim desconhecido, fazendo deste fim-de-semana uma coisa memorável.   

Numa sexta-feira, acabando a jornada de teletrabalho a meio da tarde, após cinco horas ao volante, cheguei a Mirandela, ao pôr do Sol, para uma curta paragem a caminho do destino final, Bragança. 

Mirandela é uma pequena cidade atravessada pelo rio Tua, sendo ponto de partida para explorar a região banhada pelo mesmo, através do Parque Natural Regional Vale do Tua. É também conhecida pelas suas famosas alheiras. Lojas de enchidos e fumeiros não faltam na região.

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A cidade sobressai pela sua famosa ponte sobre o Tua, uma ponte medieval pedonal. Ao lado fica a Ponte da Europa, que é aberta ao tráfego automóvel, e também o repuxo do rio. A Praça do Município, junto à Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, possui uma estátua do Papa João Paulo II abraçando a cidade. Do outro lado do rio encontramos o Santuário de Nossa Senhora do Amparo.

Bragança também é pequena, com as ruas empedradas do centro histórico, nas margens do rio Fervença, e o castelo, que é um dos mais bem preservados de Portugal. No seu interior, além das muralhas que proporcionam belas vistas sobre a cidade e sobre a serra de Montesinho, existe um Museu Militar com artefactos relacionados com a I Guerra Mundial, onde vários brigantinos perderam a vida.

O Museu Ibérico da Máscara e do Traje exibe trajes relacionados com tradições locais, nomeadamente do Carnaval e da “Festas dos Rapazes”, que todos os anos, por altura do Natal, acontecem em várias localidades. Uma tradição em que os rapazes solteiros saem mascarados à rua perseguindo as raparigas.

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A manhã de sábado foi dedicada ao Parque Natural de Montesinho. Um conjunto montanhoso, a serra de Montesinho com as suas aldeias tradicionais, sendo as mais famosas a aldeia de Montesinho e a de Rio de Onor.  Sublime, com paisagens verdejantes, vários trilhos, riachos e onde há uma grande biodiversidade, sendo habitat natural do lobo ibérico, da corça ou do veado.

Aldeias com as suas casas típicas, muitas transformadas em turismo de habitação, lojas que vendem produtos regionais e com os seus habitantes afáveis que recebem os visitantes de braços abertos.  

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Rio de Onor fica junto a Espanha, passamos a fronteira e nem nos apercebemos, pois a estrada é muito estreita. Não perdi a oportunidade de tirar uma foto mesmo em cima do marco que separa Portugal e Espanha e desta forma, ao fim de mais de um ano, consegui finalmente viajar para o estrangeiro!  

Gimonde é uma aldeia onde é obrigatório ir almoçar (ou jantar) no restaurante O Abel. Pedi a famosa posta à Abel, a minha mãe pediu cordeiro na brasa.  

Vinhais, a capital do fumeiro, foi o programa da tarde. Na entrada da serra da Coroa, que também pertence ao Parque Natural de Montesinho, encontramos o Parque Biológico de Vinhais. Um espaço dedicado à fauna e flora local, onde podemos ver de perto diversas espécies em cativeiro. 

No dia seguinte, seguimos para Miranda do Douro, a terra dos pauliteiros. O centro histórico está num planalto de onde é possível observar um troço do rio Douro. Miranda do Douro é ponto de partida para explorar o Parque Natural do Douro Internacional. No Largo da Sé situa-se a Concatedral que, pela sua volumetria, sobressai, juntamente com as ruínas do Paço Episcopal nas suas traseiras.

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Concatedral de Miranda do Douro Mário Menezes

Percorrendo as ruas junto ao castelo, encontramos várias lojas de souvenirs frequentadas por portugueses e espanhóis, e a Câmara Municipal, onde à porta se encontra o Monumento ao Mirandense, duas estátuas de bronze fundido que representam um homem e uma mulher vestidos com trajes típicos regionais. A Igreja da Misericórdia e o Museu da Terra de Miranda expõem diversos objectos da região com valor arqueológico e histórico.

Saindo da cidade, descendo do planalto, encontramos a Barragem de Miranda, na fronteira de Portugal com Espanha.  

Era altura de regressar a casa. Pela A4 em direcção ao Porto, ainda aproveitei para parar na praia do Azibo, uma praia fluvial em Macedo de Cavaleiros. Em Ermesinde, ao jantar, comi uma francesinha e depois percorri os últimos 320kms até casa.

Mário Menezes
Autor de alguns textos em www.amantesdeviagens.com