Eduardo Cabrita: autorização do MAI a festejos do Sporting é “delírio”

O ministro da Administração Interna voltou a distanciar-se do modelo adoptado pelo Sporting para os festejos do campeonato, preferindo olhar para os números do relatório de segurança interna.

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Nuno Ferreira Santos

Um “delírio” de uma oposição em “estado calamitoso”. Eduardo Cabrita voltou, na manhã desta sexta-feira, no Funchal, a rejeitar qualquer intervenção nos festejos da conquista do campeonato de futebol pelo Sporting.

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Um “delírio” de uma oposição em “estado calamitoso”. Eduardo Cabrita voltou, na manhã desta sexta-feira, no Funchal, a rejeitar qualquer intervenção nos festejos da conquista do campeonato de futebol pelo Sporting.

“Não há nenhuma validação dos festejos. Isso é um delírio de quem diz isso. Os festejos são iniciativa de um clube. O modelo foi definido entre o clube e autarquia, e à PSP cabe-lhe garantir o modelo de segurança”, disse o ministro da Administração Interna aos jornalistas, à margem de uma visita ao sistema de vigilância e controlo costeiro da GNR no arquipélago, que resultou de um investimento de 1,4 milhões de euros, quando questionado sobre o facto de a auditoria da IGAI aos festejos do Sporting ter registado que na véspera da festa seguiu um email do MAI à PSP às 22h30 a validar os moldes dos festejos. “Não cabe ao governo fazer festejos. Não cabe ao governo organizá-los”, insistiu, elogiando a PSP, que actuou “em condições extremamente difíceis”.

Cabrita, que começou o dia com um encontro com o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, procurou distanciar-se da polémica dos últimos dias, relacionada com o relatório da Inspecção-Geral da Administração Interna sobre os festejos do Sporting, e os pedidos de demissão do PSD e do Chega, feitos esta semana durante o debate do Estado da Nação.

“Não vou falar sobre aquilo que é o estado calamitoso da oposição. Isso resultou do debate de forma muito clara. Aquilo que é essencial são os resultados objectivos”, respondeu aos jornalistas, preferindo destacar a evolução da criminalidade do país. “Em 2014, éramos o 18.º país mais seguro do mundo, o que era um resultado muito satisfatório. Hoje somos terceiro, quarto. Temos os cinco melhores anos de segurança interna”, argumentou, depois de ter manifestado “profundo pesar” pela morte dos dois bombeiros, num acidente de viação a caminho de um combate a um incêndio florestal em Vinhais, Trás-os-Montes.

O ministro, que tem encontro marcado no Comando Regional da PSP e vai reunir também com o executivo madeirense, fala num “diálogo construtivo” em torno da proposta de aumento do subsídio de risco para a PSP e para a GNR. Para já, existe uma proposta que tem um impacto orçamental de 48 milhões de euros, mas Eduardo Cabrita admite ir além, num quadro de disciplina e rigor orçamental, no reconhecimento do “papel fundamental” que as forças de segurança têm na coesão social e estabilidade do país.