Censos dos animais errantes avançam. Serão uma “tarefa ciclópica” que só terá fim em 2023
Foi esta sexta-feira assinado em Sintra o protocolo para a realização dos “Censos dos Animais Errantes 2023”, numa parceria entre a Universidade de Aveiro, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e o Ministério do Ambiente e da Acção Climática.
Um ano depois do incêndio em Santo Tirso foi oficialmente apresentado o Programa Nacional para os Animais de Companhia e assinado o protocolo para a realização dos censos dos animais errantes. O evento contou com a presença do Ministro do Ambiente e da Acção Climática, João Pedro Matos Fernandes, que detém a pasta responsável pelo bem-estar animal.
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Um ano depois do incêndio em Santo Tirso foi oficialmente apresentado o Programa Nacional para os Animais de Companhia e assinado o protocolo para a realização dos censos dos animais errantes. O evento contou com a presença do Ministro do Ambiente e da Acção Climática, João Pedro Matos Fernandes, que detém a pasta responsável pelo bem-estar animal.
O Programa Nacional para os Animais de Companhia surge depois de a tutela dos animais de companhia ter passado do Ministério da Agricultura para o Ministério do Ambiente. A iniciativa tem base em cinco passos essenciais, nomeadamente: conhecer os animais, esterilizar os errantes, promover a sua adopção, educar a população para que os actos cruéis diminuam e manter a participação de quem tem contribuído para a qualidade de vida dos animais (em especial as associações e abrigos de animais).
Segundo o ministro, é importante “conhecer os animais que temos em casa e os animais errantes”, daí a importância de realizar os censos. No entanto, afirma que esta é uma “tarefa ciclópica”, que implicará o envolvimento das autarquias e associações zoófilas e que, devido à sua dimensão, apenas no final de 2023 apresentará resultados.
A recolha dos dados estará a cargo do ICNF e da Universidade de Aveiro, mas “irá recorrer às bases de dados, às autarquias e às associações zoófilas”, afirma o ministro, sublinhando que este é o momento ideal para fazer o levantamento dos animais errantes, já que “durante a pandemia aumentaram as adopções, mas também aumentaram os abandonos”.
Para o ministro, só após a recolha dos dados será possível “fechar a estratégia e perceber em que devemos investir, durante quanto tempo, com que meios e quanto custará”. O Programa Nacional Para os Animais de Companhia usufrui de “10 milhões para gastar, mas para gastar bem”, avisa.
Antes da assinatura do protocolo e da apresentação do programa o responsável pela pasta do ambiente realizou um roteiro que, iniciando em Oeiras e terminando em Sintra, passou por três associações e abrigos de animais: Abrigo da Liga Portuguesa dos Direitos do Animal, em Tercena, o Centro de Recolha Oficial de Sintra – Canil de Sintra e por último a Associação Animais de Rua, em Almargem do Bispo.
Ao longo da visita, o ministro fez-se acompanhar pelo vice-presidente do ICNF, o presidente da Câmara de Oeiras e da Câmara de Sintra e, ainda, a recém-empossada Provedora do Animal no Ministério do Ambiente, Laurentina Pedroso.
As três associações visitadas apresentaram as suas infra-estruturas, alguns dos animais que acolhem e, inclusivamente, alguns procedimentos levados a cabo. Foi o caso da Associação Animais de Rua que, segundo a representante da associação, Sofia Róis, tem como objectivo controlar os animais errantes através do programa CED: capturar, esterilizar e devolver. Foi o primeiro ponto – a captura – que acabou por ser demonstrada ao Ministro Matos Fernandes na visita à associação criada há 13 anos e que já esterilizou mais de 40 mil animais. Sofia Róis afirma que a realização dos censos “é um trabalho há muito desejado” e frisa a importância que todas as associações têm (e terão) na contagem e controlo dos animais.