Dois dias de vida na serra de Serpa no Curtas de Vila do Conde
Sortes, documentário de Mónica Martins Nunes inspirado pela terra natal da família, é uma das revelações do festival de Vila do Conde.
Há uma voz muito especial a convidar o espectador a entrar em Sortes: é uma voz de além-túmulo, a voz do avô de Mónica Martins Nunes, a falar da divisão, em tempos que já lá vão, dos baldios da serra de Serpa, dos terrenos que “calharam em sorte” aos habitantes locais. Daí o título do filme, que se referia a esses terrenos que, ao longo dos anos, têm sido trabalhados por pessoas que “não são indígenas”, como diz a realizadora entre aspas. “A serra de Serpa é uma paisagem cultural. Quem lá mora são pessoas que trabalham a natureza, o montado, e a agricultura é uma criação simbiótica, trabalhada em conjunto. As pessoas não conseguem separar o seu dia-a-dia da natureza.”
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Há uma voz muito especial a convidar o espectador a entrar em Sortes: é uma voz de além-túmulo, a voz do avô de Mónica Martins Nunes, a falar da divisão, em tempos que já lá vão, dos baldios da serra de Serpa, dos terrenos que “calharam em sorte” aos habitantes locais. Daí o título do filme, que se referia a esses terrenos que, ao longo dos anos, têm sido trabalhados por pessoas que “não são indígenas”, como diz a realizadora entre aspas. “A serra de Serpa é uma paisagem cultural. Quem lá mora são pessoas que trabalham a natureza, o montado, e a agricultura é uma criação simbiótica, trabalhada em conjunto. As pessoas não conseguem separar o seu dia-a-dia da natureza.”