Sedentarismo e inactividade física causam cinco milhões de mortes por ano

A revista The Lancet publica esta quinta-feira vários estudos sobre os riscos do sedentarismo, agravados pelo confinamento imposto pela pandemia da covid-19.

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Estudo diz que 80% dos jovens não faz uma hora de exercício por dia Rui Gaudencio

O sedentarismo e a falta de exercício físico estão relacionados com um maior risco de doenças e estão na origem de cinco milhões de mortes por ano em todo o mundo, alerta a revista científica The Lancet. Na semana em que começam os Jogos Olímpicos de Tóquio, a The Lancet publica uma série de estudos e ensaios sobre a importância da actividade física e os riscos de sedentarismo para a saúde pública, agravados pela pandemia da covid-19, que levou ao confinamento de milhões de pessoas.

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O sedentarismo e a falta de exercício físico estão relacionados com um maior risco de doenças e estão na origem de cinco milhões de mortes por ano em todo o mundo, alerta a revista científica The Lancet. Na semana em que começam os Jogos Olímpicos de Tóquio, a The Lancet publica uma série de estudos e ensaios sobre a importância da actividade física e os riscos de sedentarismo para a saúde pública, agravados pela pandemia da covid-19, que levou ao confinamento de milhões de pessoas.

Os autores dos estudos apelam a “uma acção imediata e urgente” dos decisores políticos para que seja dada prioridade à investigação e à implementação de medidas de saúde pública que melhorem os níveis de actividade física da população. A revista sustenta que a falta de exercício físico regular está relacionada com um maior risco de contrair doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de cancro e que os custos associados rondam os 54 mil milhões de dólares por ano, mais de metade pagos pelo erário público.

No editorial dedicado ao tema, a The Lancet recorda que durante os períodos de confinamento – por causa da covid-19 – o exercício físico foi considerado essencial por diversos governos, tão essencial quanto a necessidade de obter alimentos, casa e assistência médica. “Então, porque é os decisores não se comprometem a promover a actividade física como uma necessidade primordial para os humanos independentemente do contexto da covid-19?”, lê-se no editorial.

Jovens: 80% não fazem uma hora de exercício

Os autores dos vários ensaios alinham alguns dados: 80% dos estudantes adolescentes não cumprem as recomendações da Organização Mundial da Saúde de 60 minutos de actividade física diária, 25% está mais de três horas por dia sentado e 40% nunca vai a pé para a escola.

Lamentam, aliás, que haja pouca investigação sobre a saúde mental relacionada com actividade física entre crianças e jovens, sabendo-se das elevadas taxas de sedentarismo: 60% dos rapazes e 56% das raparigas estão diariamente pelo menos duas horas em frente a um televisor. Quando se trata de videojogos, a percentagem reparte-se entre 51% (rapazes) e 33% (raparigas).

É ainda sublinhada a situação das pessoas com incapacidades, que estão mais desprotegidas no direito a praticar exercício físico, correndo, assim, maiores riscos de saúde. Para os investigadores citados na The Lancet, pelo menos duas horas e meia de exercício físico semanal representam benefícios para a saúde cardiovascular, mental e muscular.