Também a amamentação é um problema nos Jogos Olímpicos
A capitã da equipa espanhola de natação sincronizada ainda tem o filho em período de amamentação, mas não vai poder conciliar desporto e família durante os Jogos Olímpicos.
Foi sob a premissa “Jogos Olímpicos e conciliação familiar” que a nadadora espanhola Ona Carbonell se indignou perante as condições que lhe foram impostas para levar o filho para Tóquio, enquanto participa nas Olimpíadas.
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Foi sob a premissa “Jogos Olímpicos e conciliação familiar” que a nadadora espanhola Ona Carbonell se indignou perante as condições que lhe foram impostas para levar o filho para Tóquio, enquanto participa nas Olimpíadas.
Carbonell é defensora da exclusividade de leite materno para as crianças e o filho, Kai, de quase um ano, ainda é amamentado nesta fase. Inicialmente, isto não era um problema – a espanhola inquiriu as autoridades japonesas, que permitiriam que atletas pudessem viajar com filhos em amamentação –, mas, na prática, o cenário foi diferente.
“Fomos informados pelas entidades organizadoras sobre algumas medidas extremamente drásticas que impossibilitam essa opção para mim. Depois de receber inúmeras expressões de apoio e incentivo para ir a Tóquio com o Kai, queria manifestar a minha decepção e desilusão, porque terei de viajar sem ele”, apontou a atleta no Instagram.
E explicou as condições que foram impostas pelo Japão. “O meu marido e o Kai teriam de ficar num hotel que não saberíamos a que distância estaria da Vila Olímpica e eles não poderiam sair do quarto nos 20 e poucos dias de estadia em Tóquio. Para amamentar o Kai todos os dias, quantas vezes fosse necessário, eu teria de sair da Vila Olímpica e sair da bolha sanitária, pelo que colocaria em risco a minha equipa”, relatou, para explicar a “decisão difícil” de não poder levar o filho para o Japão.
Carbonell acrescenta que não poderia aceitar estas condições e, dado que o filho já intercala a amamentação com alimentos sólidos, Ona Carbonell não vai abdicar da presença olímpica, prova em que pode aumentar as duas medalhas conquistadas em Londres 2012. Seria mais um marco para a atleta que, em Mundiais de natação, apenas é menos titulada do que Michael Phelps e Ryan Lochte.
Este episódio relançou a temática da conciliação entre desporto e família para as atletas de alta competição que querem ser mães, mas, para já, Tóquio não permitirá que passe disso mesmo: uma temática para discussão.