Vila Nova e Posser da Costa vão à segunda volta nas presidenciais são-tomenses
Vila Nova, apoiado pela Acção Democrática Independente, foi o mais votado, com quase o dobro dos votos do candidato do poder. Segunda volta a 8 de Agosto.
Os candidatos Carlos Vila Nova e Guilherme Posser da Costa passaram à segunda volta das eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe, que deverá realizar-se a 8 de Agosto, após o escrutínio deste domingo, segundo dados provisórios anunciados na segunda-feira.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os candidatos Carlos Vila Nova e Guilherme Posser da Costa passaram à segunda volta das eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe, que deverá realizar-se a 8 de Agosto, após o escrutínio deste domingo, segundo dados provisórios anunciados na segunda-feira.
Segundo os resultados anunciados pela Comissão Eleitoral Nacional (CEN), Carlos Vila Nova, apoiado pela Acção Democrática Independente (ADI, oposição) foi o candidato mais votado, com 32.022 votos, equivalente a 39,47%. Guilherme Posser da Costa (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata, no poder) conseguiu 16.829 votos (20,75%).
Os dados foram divulgados pelo presidente da CEN, Fernando Maquengo, na sede deste organismo, na capital são-tomense, numa declaração em que se limitou a indicar os resultados de cada um dos 19 candidatos às presidenciais deste domingo, sem direito a perguntas da imprensa. O nível de abstenção foi de 32,24%.
Em terceiro lugar ficou Delfim Neves, presidente da Assembleia Nacional, apoiado pelo Partido da Convergência Democrática (no poder), com 16,88% (13.691 votos), que já anunciou que vai contestar os resultados por “fraude massiva”.
Vila Nova mostrou-se convicto de que vencerá na segunda volta porque o povo são-tomense não permitirá que “façam bandidagem” com os resultados eleitorais. "Não vamos deixar que eles nos roubem”, disse às centenas de populares reunidos na praça da Independência. “Sabem porquê? Porque nas nossas contas, a nossa vitória era muito superior ao que eles disseram”, numa referência aos dados provisórios divulgados pela CEN que, pela primeira vez, lembrou, “divulgou os resultados 24 horas depois da eleição”.
Um dos apoiantes de Vila Nova presentes na festa, ouvido pela Lusa, lembrava que o MLSTP-PSD "não quer aceitar” o segundo lugar e vão fazer alguma coisa para contrariar isso: “Sabem que nós ganhámos. Na segunda volta vão fazer falcatrua, vão querer ganhar no pote”.
A missão de observadores da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) pediu aos candidatos que respeitem “o veredicto das urnas”. O antigo primeiro-ministro do Chade, Nagoum Yamassoum, chefe da missão, falou “num clima de serenidade” e saudou o “entusiasmo dos eleitores, nomeadamente jovens”, aproveitando para felicitar o povo são-tomense pela “maturidade política e pela sua participação nessas eleições”.
Estas foram as eleições presidenciais mais concorridas de sempre em São Tomé e Príncipe, com 19 candidatos à sucessão de Evaristo Carvalho que não se apresentou nas urnas para um segundo mandato.