EUA: oito meses de prisão para o primeiro condenado pela invasão do Capitólio

Paul Hodgkins subiu até ao piso do Senado e foi condenado por obstruir actividades oficiais: a contagem de votos do Colégio Eleitoral. Líder dos Proud Boys declarou-se culpado por posse de armas e por queimar bandeira do BLM.

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O Capitólio foi invadido a 6 de Janeiro e mais de 500 pessoas enfrentam acusações relacionadas com o ataque JIM LO SCALZO/EPA

Um juiz federal sentenciou Paul Hodgkins, um dos apoiantes de Donald Trump que invadiu o Capitólio, em Washington, a oito meses de prisão. Foi a primeira pessoa a ser condenada das mais de 500 com acusações relacionadas com o assalto ao centro do poder legislativo federal dos Estados Unidos, podendo servir de referência para os próximos casos. Contudo, muitos dos imputados podem enfrentar sentenças mais pesadas.

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Um juiz federal sentenciou Paul Hodgkins, um dos apoiantes de Donald Trump que invadiu o Capitólio, em Washington, a oito meses de prisão. Foi a primeira pessoa a ser condenada das mais de 500 com acusações relacionadas com o assalto ao centro do poder legislativo federal dos Estados Unidos, podendo servir de referência para os próximos casos. Contudo, muitos dos imputados podem enfrentar sentenças mais pesadas.

Hodgkins declarou-se culpado a 2 de Junho por obstruir actividades oficiais, porque nesse dia 6 de Janeiro decorria no Congresso o processo de confirmação formal da contagem de votos do Colégio Eleitoral, o último passo que confirma a vitória do Presidente dos EUA.

Segundo a acusação, Hodgkins, de 38 anos, residente na Florida, foi uma das 50 das pessoas que chegou até ao piso do Senado, com a intenção de perturbar a transição de poder. Aos olhos da acusação, destacou-se de outros invasores que apenas se limitaram a entrar no edifício.

A acusação pediu ao juiz Randolph Moss uma pena de prisão de 18 meses. Contudo, durante a sessão de segunda-feira, Hodgkins disse estar “arrependido e com remorsos” das suas acções e reconheceu que a sua conduta pode ter encorajado outros a envolverem-se em actos destrutivos. “Foi uma decisão disparatada e assumo toda a responsabilidade por isso”, disse.

Líder dos Proud Boys

No mesmo dia, o líder do grupo de extrema-direita Proud Boys, Enrique Tarrio, declarou-se culpado por queimar uma bandeira do movimento Black Lives Matter (BLM) e pela posse ilegal de armas. Tarrio pode vir a cumprir uma pena máxima de 180 dias de prisão por cada uma das acusações e uma multa de mil dólares (quase 850 euros).

Comparecendo por videochamada na sessão, afirmou não se arrepender de ter queimado a bandeira juntamente com outros membros do grupo, acreditando que o movimento “aterrorizou os cidadãos do país”. Acrescentou, porém, não ter conhecimento de que a bandeira tinha sido roubada de uma igreja – se soubesse, não teria sido queimada, referiu.

 O líder do grupo extremista foi detido na véspera da invasão ao Capitólio, por acusações relacionadas com uma manifestação de extrema-direita de apoiantes de Donald Trump em Washington D.C., em Dezembro, quando terá cometido os crimes.

Mais pessoas relacionadas com a manifestação foram detidas e quatro foram esfaqueadas durante confrontos entre apoiantes de Trump e contra-manifestantes. Mas, apesar de Tarrio não ter participado na invasão do Capitólio, mais de 30 membros ou pessoas ligadas ao grupo foram acusadas pelo seu papel no ataque – quatro líderes são acusados de ter liderado a invasão.