Rio acusado de ceder ao aparelho ao escolher Cancela para Gaia
Antigo vice-presidente de Luís Filipe Menezes diz que Cancela Moura tem um “estilo pouco confiável e truculento” .
O presidente do PSD, Rui Rio, é acusado de ter cedido ao aparelho do partido ao escolher Cancela Moura para liderar a candidatura à Câmara de Gaia, garantindo assim o apoio da concelhia local nas eleições directas de 2022.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O presidente do PSD, Rui Rio, é acusado de ter cedido ao aparelho do partido ao escolher Cancela Moura para liderar a candidatura à Câmara de Gaia, garantindo assim o apoio da concelhia local nas eleições directas de 2022.
Cancela Moura, que apresenta este domingo a sua candidatura à Câmara de Gaia numa sessão que contará com a presença do líder do partido, lidera a concelhia local, que é a segunda maior do partido. Nas últimas eleições directas, a concelhia de Gaia garantiu a Rui Rio mais de 600 votos.
As acusações ao líder social-democratas constam de uma declaração política, assinada por Firmino Pereira, ex-deputado e antigo vice-presidente de Luís Filipe Menezes, enviada aos órgãos de comunicação social.
“Tenho o dever, porque conheço bem as partes envolvidas, de alertar os gaienses e de lhes dizer que o presidente do PSD deixou passar o nome de Cancela Moura, já fazer contas nas poucas centenas de militantes do PSD de Gaia, que, em Janeiro de 2022, Rui Rio vai precisar nas eleições internas para se manter na liderança do PSD”, refere o texto, evidenciando a contradição de Rio que, por uma questão “táctica”, escolhe para candidato uma pessoa do aparelho que ele “tanto diz odiar.”
Sobre Cancela Moura, que foi escolhido depois de António Oliveira ter desistido da candidatura, Firmino Pereira critica-lhe o “estilo pouco confiável e truculento” e acusa-o de ter um “projecto pessoal, egoísta e destruidor”. O texto termina com uma garantia do ex-deputado: “Não posso votar no PSD pela falta de valores morais e éticos com que esta candidatura se submete aos eleitores gaienses”.