Presidente da África do Sul diz que violência foi “instigada, planeada e coordenada”
Cyril Ramaphosa garantiu que as autoridades estão a analisar a situação e afirmou que não vai permitir o “caos e anarquia”. Aplaudiu, ainda, os cidadãos que “defenderam a democracia” no país.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, considerou esta sexta-feira, quando chegou à província do KwaZulu-Natal, que as acções de violência, saques e intimidação que causaram mais de uma centena de mortos foram “instigadas, planeadas e coordenadas”.
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O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, considerou esta sexta-feira, quando chegou à província do KwaZulu-Natal, que as acções de violência, saques e intimidação que causaram mais de uma centena de mortos foram “instigadas, planeadas e coordenadas”.
“Estamos extremamente preocupados com o que aconteceu e estamos a envidar todos os esforços para lidar com a situação. É óbvio que os saques e a violência foram instigados. Foi planeada e coordenada por pessoas”, disse o Presidente Ramaphosa, de visita ao centro comercial Bridge City Mall, na área de KwaMashu.
O chefe de Estado sul-africano garantiu que “a Polícia está ao corrente da situação”, salientando que o Governo “identificou um bom número deles”.
“Não vamos permitir que haja caos e anarquia. Infelizmente, já se causou muita destruição no país e muitas pessoas perderam a vida”, acrescentou. Ramaphosa referiu, no entanto, que as autoridades desconhecem “quais são as intenções dos instigadores que estão por detrás da violência”.
O Presidente sul-africano aplaudiu ainda os cidadãos que “defenderam a democracia”, referindo-se à actuação de civis armados, que saíram à rua para defender comunidades, residências e negócios.
Na óptica de Ramaphosa, que é também presidente do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), o partido no poder desde 1994, “a violência já não é sobre mobilização étnica”.
A ministra da Presidência, Khumbudzo Ntshavheni, referiu na quinta-feira que as autoridades sul-africanas estão a investigar 12 pessoas, que o Governo considera serem os alegados “instigadores” da actual onda de violência, saques e intimidação no país, salientando que um dos suspeitos está sob custódia policial, sem avançar detalhes.
Os tumultos e a violência que assolam a África do Sul, motivada pela prisão do antigo Presidente Jacob Zuma, pelo oitavo dia consecutivo fizeram pelo menos 117 mortos e mais de 2200 detenções até quinta-feira, segundo um novo balanço divulgado pela Presidência da República sul-africana.
E apesar de a agitação parecer estar a acalmar, perdura o impacto dos custos sociais e económicos. O dirigente do instituto de estatística da África do Sul, Risenga Maluleke, referiu que podem ser precisos anos para reconstruir as infra-estruturas danificadas e os pequenos negócios “vão ter dificuldades para se erguerem das cinzas”, citou a Reuters. Isso pode resultar numa maior taxa de desemprego e menos oportunidades de educação.