Polícia haitiana nega envolvimento do primeiro-ministro no assassínio do Presidente

Televisão colombiana noticia que Joseph é suspeito de ter feito parte do plano para matar Moïse. “Mentira”, garante a polícia.

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Claude Joseph é primeiro-ministro interino do Haiti desde Abril RICARDO ARDUENGO/Reuters

A Polícia Nacional do Haiti rejeitou as notícias vindas da Colômbia que davam conta da alegada participação do primeiro-ministro interino do país, Claude Joseph, no plano para assassinar o Presidente Jovenel Moïse, esclarecendo, por isso, que o homem que agora governa, de facto, o Haiti, não é suspeito.

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A Polícia Nacional do Haiti rejeitou as notícias vindas da Colômbia que davam conta da alegada participação do primeiro-ministro interino do país, Claude Joseph, no plano para assassinar o Presidente Jovenel Moïse, esclarecendo, por isso, que o homem que agora governa, de facto, o Haiti, não é suspeito.

Léo Charles, director-geral da polícia haitiana, disse aos jornalistas, na quinta-feira, que “negava formalmente as alegações” da televisão colombiana Caracol, catalogando as conclusões da investigação jornalística da emissora como “uma mentira”.

“A Polícia Nacional do Haiti esclarece que, contrariamente às alegações difundidas pelo meio de comunicação colombiano Noticias Caracol, os indícios e outras informações recolhidas no âmbito da investigação não revelam nenhum vínculo [do crime] ao primeiro-ministro e os suspeitos não fizeram nenhuma revelação nesse sentido”, afirmou Charles, citado pela France 24. 

“A polícia alerta para toda a propaganda que está a criar distracções”, disse ainda o chefe da polícia, informando que, até ao momento, foram detidas 23 pessoas, incluindo 18 ex-soldados colombianos, três haitianos e dois haitianos-americanos, todos suspeitos de envolvimento no assassínio de Moïse, no dia 7 deste mês. 

Foram abertas duas investigações: uma criminal, para se tentar encontrar os culpados; e uma policial, que procura determinar o papel dos agentes policiais responsáveis pela segurança em redor da residência presidencial, onde Jovenel Moïse foi assassinado.

Segundo a Caracol, que cita “autoridades haitianas” e “investigadores do FBI” e que diz que teve acesso a fotografias e a registos telefónicos relacionados com o caso, Joseph terá feito parte do plano para matar o Presidente, juntamente com o médico Christian Emmanuel Sanon (detido), os ex-militares e irmãos Jhonatan y Germán Alejandro Rivera García (detidos) e o antigo senador haitiano John Joel Joseph (em fuga), entre outros.

De acordo com a investigação, o plano original – que terá começado a ser desenhado em Novembro do ano passado na sede da empresa de segurança CTU Security, em Miami (EUA) – seria raptar Moïse e colocar o primeiro-ministro interino no seu lugar. Mas pouco antes da data prevista para o sequestro, os colombianos foram informados de uma mudança de planos.

“Os irmãos Rivera disseram aos investigadores que o primeiro-ministro os informou sobre o novo plano: já não sequestrariam o Presidente, teriam de matá-lo”, relatou a Caracol, que revela a existência de uma reunião numa casa a Sul de Port-au-Prince, nas vésperas do homicídio, que terá envolvido os dois ex-soldados, Sanon, John Joel Joseph, Claude Joseph e ainda alguns membros do Tribunal Supremo de Justiça do Haiti.

Claude Joseph foi nomeado para o cargo de primeiro-ministro interino por Moïse, em Abril, na sequência da demissão apresentada por Joseph Jouthe. Dois dias antes de ter sido assassinado, o Presidente anunciou a escolha do cirurgião Arien Henry para o posto de chefe do Governo, ocupando o lugar de Joseph.

Henry não chegou, no entanto, a tomar posse oficialmente, pelo que, após a morte de Moïse, Joseph declarou que continuava a ser o primeiro-ministro do Haiti.