Ex-Sex Pistols processam Johnny Rotten
Vocalista não autoriza a utilização das canções da banda na série de televisão que está a ser filmada por Danny Boyle.
Dois ex-membros dos Sex Pistols processaram o vocalista da banda, Johnny Rotten, por este estar a impedir que as músicas do grupo sejam usadas numa série de televisão sobre ícones do punk rock. No centro da polémica está Pistol, que deverá ser transmitida no próximo ano e é dirigida por Danny Boyle, premiado com Óscares pela direcção dos filmes Trainspotting e Quem Quer ser Bilionário?.
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Dois ex-membros dos Sex Pistols processaram o vocalista da banda, Johnny Rotten, por este estar a impedir que as músicas do grupo sejam usadas numa série de televisão sobre ícones do punk rock. No centro da polémica está Pistol, que deverá ser transmitida no próximo ano e é dirigida por Danny Boyle, premiado com Óscares pela direcção dos filmes Trainspotting e Quem Quer ser Bilionário?.
O guitarrista Steve Jones e o baterista Paul Cook querem que as músicas apareçam na série, baseada nas memórias de Jones, revela esta sexta-feira a agência de notícias Associated Press (AP). Já o ex-vocalista Rotten, cujo nome verdadeiro é John Lydon, entende que a série é “desrespeitosa” e por isso recusa-se a dar permissão para que as músicas sejam incluídas. Steve Jones disse em tribunal na sexta-feira não gostar do ex-colega de banda John Lydon, mas recusou que uma série de TV sobre o grupo pudesse deixar Johnny Rotten mal visto.
“Há muitos elogios no livro também”, reagiu Jones, negando a afirmação do advogado de que se ressentia da proeminência e do perfil de Lydon, por ser o membro mais conhecido dos Sex Pistols. Quando questionado sobre se ele não gostava de Lydon, Jones admitiu: “Acho que sim”, lembrando que os dois não se falavam desde 2008, ano da última digressão de reencontro da banda.
Jones, que está em Los Angeles e por isso testemunhou online, considerou normal a relação entre os elementos da banda: “Acho que há muitas bandas que se ressentem”, disse.
O processo já está em tribunal e Edmund Cullen, advogado de Jones e Cook, disse ao juiz que os ex-companheiros nos Sex Pistols têm um relacionamento “frágil e turbulento”. A defesa de Cullen baseia-se num acordo de banda celebrado em 1998, ao abrigo do qual as decisões sobre os pedidos de licenciamento podem ser determinadas por maioria. Já Lydon alega que as licenças para usar as músicas têm sempre de ter o seu consentimento.
Esta não é a primeira vez que o ex-vocalista impede o uso das músicas da banda. Numa declaração escrita, Jones disse ter ficado “muito chateado” quando o empresário de Lydon impediu que se usasse o hino punk do Sex Pistols — God save the queen — na série The Crown, refere a agência de notícias Associated Press (AP).
Nesta batalha legal, Cullen defende que tanto o baixista original da banda, Glen Matlock, quanto os herdeiros do substituto de Matlock, Sid Vicious, apoiaram a posição de Cook e Jones. Já o advogado de Lydon, Mark Cunningham, alega que as memórias de Jones retratam o cantor “com uma luz hostil e nada lisonjeira”. A determinada altura, acrescenta Cunningham, Johnny Rotten é descrito como “o pirralho irritante de grande estrutura óssea que está sempre a pedir mais”, refere a AP.
O processo judicial prossegue na próxima semana. Formados em Londres em 1975, os Sex Pistols tornaram-se um símbolo com canções como God save the queen e Anarchy in the U.K. A banda separou-se em 1978 após lançar um álbum, mas os membros reuniram-se várias vezes para dar concertos.
Actualizada às 11h22 com as declarações em tribunal do guitarrista Steve Jones