Pordata com nova área dedicada aos concelhos em ano de eleições autárquicas
Nesta nova área, é possível explorar o perfil de cada município em vários formatos, e a propósito de temas tão diversos como população, educação, ambiente, mercado de trabalho, administração local ou turismo.
A Pordata tem uma nova área com informação dedicada a cada um dos 308 concelhos de Portugal, com dados estatísticos que permitem caracterizar os municípios em ano de eleições autárquicas. O objectivo da plataforma, que acaba de anunciar esta ferramenta, é ajudar os eleitores a tomar decisões mais informadas.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Pordata tem uma nova área com informação dedicada a cada um dos 308 concelhos de Portugal, com dados estatísticos que permitem caracterizar os municípios em ano de eleições autárquicas. O objectivo da plataforma, que acaba de anunciar esta ferramenta, é ajudar os eleitores a tomar decisões mais informadas.
A cerca de dois meses das eleições, a Pordata, projecto da Fundação Francisco Manuel dos Santos, apresenta uma nova área em que, para cada concelho, “há um painel de 14 indicadores-chave sobre as mais diversas áreas da sociedade”, sendo possível compará-los com municípios vizinhos e posicioná-los nas respectivas regiões.
“Podemos também explorar através de gráficos a evolução do município em 10 temas (cerca de 60 indicadores) durante a última década e conhecer a sua posição face aos restantes municípios da respectiva região — Comunidade Intermunicipal, Área Metropolitana ou Região Autónoma — e, também, face às NUTS II e a Portugal”, lê-se no comunicado.
A Portada acrescenta que associada a cada gráfico há uma pequena frase ("sabias que") de forma a facilitar a sua leitura.
“Cada gráfico é, no essencial, uma fotografia do município ou da região desde 2009 até aos dias de hoje, o que permite a cada um ficar a conhecer de forma mais aprofundada o município, Área Metropolitana ou região onde habita. A Pordata é um projecto que pretende contribuir para a tomada de decisões informadas, o que em ano de eleições é particularmente relevante”, refere a directora da plataforma, Luísa Loura, citada no comunicado.
Nesta nova área, é possível explorar o perfil de cada município em vários formatos, e a propósito de temas tão diversos como população, educação, ambiente, mercado de trabalho, administração local ou turismo.
“Quantas pessoas existem no município? Qual o principal sector de actividade? Quantos funcionários públicos trabalham nos serviços municipais? Qual o partido político mais votado em 2017 e qual a sua percentagem de votos? Quantas pessoas recebem o subsídio de desemprego no seu município? Estas são algumas perguntas a que a nova página permite responder”, acrescenta.
No comunicado, a Pordata dá alguns exemplos de informação que é possível retirar desta área, nomeadamente no campo da população, como os municípios que aumentaram o número de jovens entre 2009 e 2020, com destaque para Lisboa e Corvo, os sete concelhos em que o número de jovens é superior ao de idosos — Mafra, Ponta Delgada, Vila Franca do Campo, Câmara de Lobos, Santa Cruz, Lagoa (Açores) e Ribeira Grande — ou aquele em que sucede o oposto (Oleiros).
Para ilustrar o crescimento do nível de escolaridade da população, a Pordata aponta que em 22 dos municípios os bebés nascidos em 2020 e que têm mães com o ensino superior são já a maioria, quando em 2009 somente acontecia em Oeiras e Coimbra. Lisboa (63%), Mealhada (61%) e Oeiras (60%) foram os que registaram em 2020 as mais elevadas percentagens de crianças nascidas de mães com ensino superior.
Na área da saúde, a Pordata destaca que entre 2009 e 2019 a taxa de mortalidade entre as pessoas com mais de 80 anos desceu em cerca de três quartos dos municípios (225). No entanto, entre 2019 e 2020, aumentou em 237 municípios.
A plataforma prossegue com exemplos na área da protecção social, realçando que entre 2009 e 2020 o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) em relação ao total da população residente diminuiu em 289 dos 308 municípios (94%), e no sector da habitação e condições de vida, sublinhando que em 82% dos concelhos diminuiu o número de crimes registados pelas polícias no mesmo período.
No mercado de trabalho, é referido, por exemplo, que em 2018 a disparidade salarial favoreceu as mulheres apenas em nove concelhos: Mondim de Basto, Freixo de Espada à Cinta, Murça, Penedono, Alfândega da Fé, Barrancos, Mértola, Nordeste e Vila Franca do Campo (variando entre 51 euros a mais no Nordeste e sete euros a mais em Mértola). No extremo oposto, surgem Castro Verde ou Vila do Porto, onde os homens recebem mais 800 euros do que as mulheres, e Alcochete, com uma disparidade superior a 2000 euros.