André Ventura retira confiança a Carlos Furtado, deputado regional e líder do Chega-Açores
Carlos Furtado foi reeleito presidente do Chega-Açores a 1 de Maio, para um mandato de três anos. Na terça-feira, tinha dito que não tinha condições para continuar a liderar o partido na região, por estar estar sob uma “grande carga emocional” que tem condicionado o seu trabalho à frente da direcção regional.
André Ventura retirou a confiança política ao presidente do Chega-Açores, Carlos Furtado, avançando que o também deputado deixa de representar o partido na Assembleia Regional. Carlos Furtado já havia reconhecido não ter condições para continuar a liderar o partido na região, referindo estar sob uma “grande carga emocional”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
André Ventura retirou a confiança política ao presidente do Chega-Açores, Carlos Furtado, avançando que o também deputado deixa de representar o partido na Assembleia Regional. Carlos Furtado já havia reconhecido não ter condições para continuar a liderar o partido na região, referindo estar sob uma “grande carga emocional”.
“A direcção nacional do Chega decidiu retirar confiança política ao deputado Carlos Furtado. A partir de hoje, logo que ratificado por toda direcção nacional do partido nos termos dos estatutos, o deputado Carlos Furtado deixará de representar o Chega nos Açores”, afirmou Ventura nesta quarta-feira em conferência de imprensa em Ponta Delgada.
André Ventura disse ainda esperar que Carlos Furtado, que esta manhã esteve na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, na Horta, ilha do Faial, renuncie ao mandato de deputado, manifestando intenção reunir com o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro (PSD/CDS-PP/PPM), para avaliar a solução governativa regional.
O líder nacional do Chega criticou ainda a “excessiva subserviência” do partido ao PSD nos Açores nos últimos meses. O Chega-Açores elegeu dois deputados na Assembleia Legislativa Regional: Carlos Furtado e José Pacheco.
Depois de reconhecer, na terça-feira, que não tem condições para continuar a liderar o partido na região, Carlos Furtado reconheceu que está debaixo de uma “grande carga emocional” que tem condicionado o seu trabalho à frente da direcção regional.
“André Ventura [líder nacional do Chega] foi informado no último fim-de-semana de que não tenho condições para levar adiante este projecto desta forma. Não o fiz em tom de ameaça, porque não é de homem fazê-lo. Fi-lo em jeito de informação, porque tinha de o fazer”, afirmou Carlos Furtado.
O líder do Chega-Açores intervinha em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, na presença do presidente nacional do partido, André Ventura, num balanço da actividade parlamentar regional e nacional, feito no dia em que começou a Assembleia Legislativa Regional, na ilha do Faial.
O também deputado regional disse sentir “mágoa” por não conseguir criar as condições para “desenvolver um projecto à dimensão” do partido nos Açores.
“Este é momento difícil para mim, porque, neste momento, tenho sobre mim uma grande carga emocional que me impede levar por diante o trabalho que gostaria de levar em nome deste partido”, afirmou.
Furtado disse estar a acusar “muito cansaço”, uma vez que os “últimos meses” têm sido “extremamente desgastantes”. “Estou sobre uma enorme pressão profissional, pessoal e política, que tem condicionado o meu trabalho nas últimas semanas”, acrescentou.
Sem concretizar, Carlos Furtado disse ser tempo de “reflexão” quanto ao futuro da estrutura regional do partido. “Neste momento não posso, de forma nenhuma, envolver mais pessoas no projecto do Chega, enquanto não perceber que existem condições para essas pessoas estarem no partido sem serem enxovalhadas”, apontou.
Num balanço da actividade parlamentar regional, Carlos Furtado assumiu que o trabalho do partido tem ficado "aquém das próprias expectativas”. “Reconheço que gostaria de fazer melhor. Tenho a certeza que o povo açoriano ambicionava mais do Chega”, apontou.
A 3 de Junho, foi anunciado que a direcção regional dos Açores do Chega deliberou que a actividade parlamentar do partido “fica coordenada inequivocamente” por Carlos Furtado, líder do partido e da bancada parlamentar, “o único deputado mandatado para representar o partido”.
Carlos Furtado foi reeleito presidente do Chega-Açores a 1 de Maio, para um mandato de três anos.
As eleições para a liderança do partido surgiram depois de, em 14 de Março, ter sido tornado público que Carlos Furtado apresentara a sua demissão por causa de divergências com o deputado regional José Pacheco.
O Chega é um dos partidos que suportam o Governo dos Açores, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, na Assembleia Regional.