Pogacar, o homem que “mata” e “esfola” na Volta a França
Nesta fase, o campeão de 2020 não precisava de fazer nada, tal é a vantagem que já tem. Mas o instinto ofensivo do esloveno não prevê passividade e Pogacar “esfolou” rivais já “mortos” nesta corrida.
Nem uma Volta a França “no bolso” convence o esloveno Tadej Pogacar (Emirates) a descansar e deixar-se ir tranquilamente até aos Campos Elíseos, em Paris. Nesta quarta-feira, o esloveno venceu a etapa 17 do Tour, conseguindo erguer os braços pela primeira vez vestido de amarelo.
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Nem uma Volta a França “no bolso” convence o esloveno Tadej Pogacar (Emirates) a descansar e deixar-se ir tranquilamente até aos Campos Elíseos, em Paris. Nesta quarta-feira, o esloveno venceu a etapa 17 do Tour, conseguindo erguer os braços pela primeira vez vestido de amarelo.
Nesta fase, o campeão de 2020 não precisava de fazer nada, tal é a vantagem que já tem. Mas o instinto ofensivo do esloveno não prevê passividade e Pogacar “esfolou” rivais já “mortos” nesta corrida.
O final em alto no Col du Portet consagrou o ciclista da Emirates, seguido de Jonas Vingegaard (Jumbo) e Richard Carapaz (INEOS). Quem faltou? Faltou Rigoberto Urán. O colombiano foi o grande perdedor do dia (chegou a 1m50s do trio da frente) e caiu do pódio, por troca com Carapaz.
Com o triunfo nesta etapa e consequentes segundos de bonificação, Pogacar aumentou ainda mais a tremenda vantagem que já tem e está, agora, com 5m39s para Vingegaard e 5m43s para Carapaz. E ainda há uma etapa de alta-montanha e um contra-relógio para que esta diferença se torne ainda maior.
Fuga condenada
Esta etapa 17 teve contornos pouco esperados. Por um lado, já se contava com uma fuga. Por outro, o tipo de percurso e o estado da classificação fariam prever um lote bastante alargado de fugitivos – algo que não aconteceu – e mais uma vitória da fuga – que também não aconteceu.
A aposta sustentava-se até no que tem acontecido neste Tour, com metade das etapas a terem vencedores a solo – foram oito e desde 1992 que não havia tantos vencedores solitários na meta.
Mas nada disto se repetiu. A fuga teve apenas seis corredores e desde cedo pareceu que os aventureiros estariam condenados ao fracasso assim que a etapa começasse a ficar mais dura – falamos das três subidas definidas pela organização como “trio terrível”. E assim foi. Um por um, Lukas Pöstlberger (Bora), Danny van Poppel (Wanty), Anthony Turgis (TotalEnergies) e Maxime Chevalier (B&B) foram “engolidos” pelo pelotão.
À entrada no Col du Portet (16 quilómetros com inclinação média de 8,7%), o grupo dos favoritos seguia cerca de quatro minutos atrás de Dorian Godon (AG2R) e Anthony Pérez (Cofidis), os fugitivos mais resistentes. Não resistentes o suficiente, porém.
O grupo principal, comandado pela Emirates, acabou por neutralizar os fugitivos ainda a dez quilómetros a meta e começou nesse momento a luta entre os trepadores mais fortes.
Apesar de estar de amarelo e sem necessidade de alargar a vantagem, Tadej Pogacar foi o primeiro a acelerar o ritmo e só Jonas Vingegaard e Richard Carapaz conseguiram acompanhá-lo. O trio fez boa parte da subida em conjunto, descontando o “abanico” de um ataque de Carapaz, e Pogacar foi, como se esperava, o mais forte na meta. Ninguém tem pernas para o jovem esloveno.
Para esta quinta-feira está marcada a última etapa para duelos de montanha. Não é um particularmente longo, com 130 quilómetros, mas tem duas escaladas duras nos últimos 50: primeiro o mítico Tourmalet e, por último, um final em alto em Luz-Ardiden.