Édouard Louis por Ivo van Hove: um vaivém desassombrado

O encenador belga transporta o texto do autor francês para o palco com sagacidade e sentido.

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Hans Kesting dá corpo e voz a esta encenação JAN VERSWEYVELD

Antes de alguém se precipitar na falésia da aparência, diz-se já que Édipo e o seu complexo não são para aqui chamados. Este filho não quer matar o pai. Está cada vez mais carregado de raiva, sim, mas não contra o operário que tem pela frente. Um homem que, depois de longo afastamento, encontra quebrado, derrotado pela doença e pelo álcool. Um pai de quem sempre esteve apartado pela cultura homofóbica do proletariado. A pessoa que o devia proteger mas preferiu o preconceito, e com quem, por estranho que pareça, quase irracionalmente gostava de se reconciliar – provavelmente tanto como verdadeiramente odiar.

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Antes de alguém se precipitar na falésia da aparência, diz-se já que Édipo e o seu complexo não são para aqui chamados. Este filho não quer matar o pai. Está cada vez mais carregado de raiva, sim, mas não contra o operário que tem pela frente. Um homem que, depois de longo afastamento, encontra quebrado, derrotado pela doença e pelo álcool. Um pai de quem sempre esteve apartado pela cultura homofóbica do proletariado. A pessoa que o devia proteger mas preferiu o preconceito, e com quem, por estranho que pareça, quase irracionalmente gostava de se reconciliar – provavelmente tanto como verdadeiramente odiar.