Eleições deixam a Bulgária num novo impasse político

Partido do primeiro-ministro lidera com uma margem mínima e não tem aliados. Formações anti-sistema não conseguem maioria parlamentar. Apresentador de TV, que está em segundo, diz que quer formar governo minoritário.

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Abre-se perante a Bulgária um novo período de grande instabilidade política, depois de as eleições de domingo darem a liderança ao partido de centro-direita do ex-primeiro-ministro Boyko Borisov, mas com uma ligeira vantagem e sem qualquer perspectiva de formação de governo.

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Abre-se perante a Bulgária um novo período de grande instabilidade política, depois de as eleições de domingo darem a liderança ao partido de centro-direita do ex-primeiro-ministro Boyko Borisov, mas com uma ligeira vantagem e sem qualquer perspectiva de formação de governo.

Com 95% dos votos contados, o Cidadãos para o Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB), de Borisov, surgia à frente com 23,9% dos votos, seguido de muito perto pelo partido anti-sistema Esse Povo Existe (ITN), do popular apresentador de televisão e cantor Slavi Trifonov, com 23,7%

É muito improvável que Borisov consiga formar uma coligação de Governo, mesmo que os resultados finais confirmem a vitória do GERB, depois de já não ter conseguido fazê-lo nas eleições de Abril, que ganhou com 26,2% dos votos.

A maior parte dos partidos políticos recusa aliar-se ao antigo guarda-costas que chegou à liderança do país, por causa do aumento visível da corrupção e do apoio tácito aos oligarcas que incentivou numerosos protestos contra o Governo.

Trifonov, conhecido pela sua língua afiada, mas que se mostrou muito tímido nos debates, já anunciou que não irá procurar fazer nenhuma coligação e que tentará formar um governo minoritário.

Em relação à eleição de Abril, o ITN aumentou a sua votação (teve 17,7%), mas os analistas políticos falam em manobra arriscada, que coloca pressão sobre os seus possíveis parceiros de coligação, mas cujo resultado é imprevisível.

Trifonov justificou a sua decisão para evitar negociações de bastidores, tendo publicado a sua lista de prioridades e de ministros e pedindo o apoio de todos os partidos, incluindo o pequeno partido anti-corrupção Bulgária Democrática e a coligação Stand Up! Mafia Out!.

“Chegou o momento de tudo se passar à frente dos seus olhos, no Parlamento. Essa é a forma moral de fazer as coisas”, disse Trifonov durante uma transmissão ao vivo no seu pequeno canal de televisão.

Os três partidos de protesto não deverão conseguir uma maioria parlamentar (o resultado final deverá ser divulgado na terça-feira), o que obriga o ITN a ter de procurar apoio de algum dos partidos tradicionais como os socialistas ou o MRF, que representa a minoria turca.

Com estes resultados, não está posta de lado a possibilidade de uma nova eleição para resolver o impasse político, o que poderá impedir a Bulgária de aceder já à sua parte do plano de recuperação da União Europeia e de conseguir aprovar o Orçamento do Estado para 2022.