Ninguém é melhor que Novak Djokovic

Sérvio chegou aos 20 títulos conquistados em torneios do Grand Slam.

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Reuters/TOBY MELVILLE

Foi em 2002 que Pete Sampras conquistou o 14.º e último título do Grand Slam. Uma marca fantástica, sempre acompanhada de adjectivos como inalcançável. Dezanove anos passaram e, não um, nem dois, mas três tenistas detêm agora o novo recorde de 20 títulos. Novak Djokovic cumpriu o aguardado destino e juntou-se a Roger Federer e Rafael Nadal no topo dos jogadores mais galardoados de sempre. 

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Foi em 2002 que Pete Sampras conquistou o 14.º e último título do Grand Slam. Uma marca fantástica, sempre acompanhada de adjectivos como inalcançável. Dezanove anos passaram e, não um, nem dois, mas três tenistas detêm agora o novo recorde de 20 títulos. Novak Djokovic cumpriu o aguardado destino e juntou-se a Roger Federer e Rafael Nadal no topo dos jogadores mais galardoados de sempre. 

“Tenho de prestar um grande tributo a Rafa e Roger. São lendas do nosso desporto e os dois jogadores mais importantes que já defrontei na minha carreira. Eles são a razão por eu estar onde estou hoje”, afirmou o sérvio de 34 anos, o mais novo desta magnífica geração de campeões. 

Na primeira final de singulares masculinos do torneio britânico dirigida por uma árbitra, a croata Marija Cicak, Djokovic derrotou o italiano Matteo Berrettini, por 6-7 (4/7), 6-4, 6-4 e 6-3, conquistando o sexto título em Wimbledon e tornando-se no quarto tenista a ganhar três edições consecutivas da prova britânica, igualando, neste segmento particular, Roger Federer, Pete Sampras e Bjorn Borg.

16 ases para Berrettini

Berrettini estreou-se numa final do Grand Slam, onde confirmou os argumentos que o levaram a qualificar-se: potentes pancadas, em especial no serviço e direita. O italiano de 25 anos somou 57 winners, dos quais 16 ases, mas foi Djokovic que se revelou o mais agressivo; ganhou 34 pontos na rede e mais trocas de bola curtas (até quatro pancadas) do que o adversário: 104-85. Curiosamente, Berrettini venceu, inclusive, os pontos mais longos (cinco ou mais pancadas): 46-41.

Djokovic entrou melhor, liderou por 4-1 e, a 2-5, pressionou e obteve um set-point. Mas Berrettini resistiu e venceu o jogo de 22 pontos, recebendo a primeira ovação. Embalado pelos adeptos, fez o break de seguida e não tremeu no tie-break, o qual terminou com o quarto ás, a 220 km/h, para ganhar um set ao sérvio — algo que só o britânico Jack Draper tinha conseguido nesta edição e logo na ronda inaugural.

“Senti-me mais nervoso do que habitualmente, em especial durante o primeiro set. Depois, senti alívio e pude bater na bola de forma mais solta e, então, senti-me mais confortável e no controlo”, revelou Djokovic.
 Novamente o melhor no início da segunda partida, o líder do ranking mundial não logrou fechá-la quando serviu a 5-2, nem foi capaz de aproveitar o 0-40 que se registou no jogo seguinte. Mas, na segunda oportunidade, o sérvio concluiu mesmo, com um jogo em branco.

No entanto, no terceiro set, Berrettini não acusou o ascendente do adversário. Com o público a gritar “Matteo! Matteo!”, o italiano obteve dois break-points, a 2-3, mas Djokovic encarou o entusiasmo do público como uma “ofensa” e recuperou de 15-40, para responder, com a mão na orelha: “Não consigo ouvir-vos”. E a verdade é que manteve a vantagem até encerrar o set.

Na quarta partida, Berrettini voltou a estar muito bem, mas não fechou um movimentado e intenso ponto a 2-3 (15-30) e foi o sérvio que, ao igualar o marcador, retomou o ascendente. De seguida, o italiano cedeu o break fatal, com uma dupla-falta. E, ao fim de três horas e meia de jogo, e após o 48.º erro não forçado do italiano, Djokovic deixou-se cair na relva.

Atrás de Budge e Laver

Totalmente concentrado na conquista de torneios do Grand Slam, o primeiro tenista desde 2010 a fazer a “dobradinha” Roland Garros-Wimbledon não deverá ficar pelos 20 títulos e vai agora procurar a vitória no US Open, que começa a 30 de Agosto, para repetir a proeza alcançada por Donald Budge (1938) e Rod Laver (1962 e 1969), os únicos homens a ganharem os quatro majors no mesmo ano. Quanto à conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, Djokovic admitiu estar relutante em deslocar-se a Tóquio, por causa da pandemia.

Já Berrettini vai subir ao oitavo lugar do ranking mundial e muitos concordaram com as suas primeiras palavras após a final. “Isto não é o fim. Espero que seja o início de uma grande carreira”, frisou o primeiro italiano a chegar a uma final de singulares do Grand Slam desde 1976.