Argentina bate Brasil e conquista Copa América

Triunfo coloca ponto final a jejum de títulos que durava desde 1993. Organização detectou testes à covid-19 forjados na entrada para o estádio.

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LUSA/ANDRE COELHO

A Argentina conquistou na madrugada deste domingo a Copa América em futebol pela 15.ª vez, acabando com um “seca” de 28 anos sem títulos, ao bater o Brasil por 1-0, na final disputada no Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro.

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A Argentina conquistou na madrugada deste domingo a Copa América em futebol pela 15.ª vez, acabando com um “seca” de 28 anos sem títulos, ao bater o Brasil por 1-0, na final disputada no Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro.

O ex-benfiquista Ángel Di Maria marcou, aos 22 minutos, o golo da selecção “albiceleste”, que não vencia uma competição desde 1993 e tinha perdido as duas finais com os “canarinhos”, em 2004 e 2007.

Com o 15.º título, e primeiro na “era” Lionel Messi, a Argentina igualou o Uruguai no primeiro lugar do ranking da prova, com o Brasil, que era o detentor do título, a manter-se com nove ceptros, no terceiro lugar da tabela.

Messi é o melhor, diz Scaloni

Depois da vitória, o seleccionador argentino de futebol, Lionel Scaloni, insistiu que Lionel Messi é o melhor de sempre, mas que não precisava desta vitória para isso.

“Para mim não muda nada, Messi continua a ser o melhor da história, como seria se não tivesse vencido”, disse Scaloni, lembrando que o jogador argentino “nunca atirou a toalha ao chão e, finalmente conseguiu, o que é algo que se deve salientar”.

Scaloni disse ainda que Messi jogou as meias-finais e a final com um “problema num tendão da coxa”, mas deixou caro que “em nenhum momento podia prescindir de um jogador assim, mesmo em inferioridade”.

“Se todos os argentinos soubessem a maneira como jogou esta Copa América, iriam gostar ainda mais dele, não tenho nenhum tipo de dúvidas”, frisou, acrescentando: “Temos de admirá-lo porque, em algum momento, já não estará no activo e vamos arrepender-nos”.

Scaloni disse estar “eternamente agradecido” a Messi - com quem disse ter uma relação diferente da típica entre treinador e jogador - “e a todos os seus companheiros”.

“Sinto uma alegria enorme e um grande orgulho por estes 28 guerreiros que vieram jogar a Copa América, que deixaram muitas coisas para jogá-la, e em condições muito difíceis, porque foi precisa estar em ‘bolha’, fechados”, lembrou

O seleccionador argentino elogiou também Neymar, dizendo que “é o segundo melhor do mundo, depois” de Messi, e que é “quase impossível pará-lo”, afirmando que “fez um bom jogo” e lembrando que “esteve em quase todas as jogadas de perigo do Brasil”.

Por seu lado, o técnico brasileiro, Tite, elogiou a prestação da Argentina: “O importante é o reconhecimento, por mais doloroso e por mais difícil que seja, do valor de quem está do outro lado”.

“Apesar do sentimento de tristeza, há que olhar para o outro lado. A Argentina foi mais efectiva e conquistou o título”, disse o técnico “canarinho”, quando questionado sobre o facto de o Brasil não ter ganho pela primeira vez a Copa América em casa.

Tite elogiou também a postura de Neymar, que depois de chorar a derrota foi felicitar a abraçar o amigo Messi.

“É uma atitude que mostra que no futebol existem adversários e não inimigos, que o desporto pode deixar um legado do lado humano e educacional. A confraternização entre rivais passa uma mensagem ao público de que, por mais dor que se tenha, há que reconhecer o valor do outro”, frisou.

O seleccionador do Brasil mostrou-se também satisfeito pelo trabalho feito pela sua equipa, e por todos os jogadores terem sido utilizados, queixando-se, ainda assim, de algum “anti-jogo” da Argentina e de algumas falhas organizativas.

Testes à covid-19 falsos

O estádio do Maracanã registava, a poucas horas da final da Copa América de futebol, aglomeração de adeptos, muitos dos quais com testes negativos para o novo coronavírus forjados.

Para o decisivo jogo da Copa América, a procura era intensa para os 5400 bilhetes disponibilizados à última hora pelas autoridades daquela cidade brasileira.

São 2.200 para cada um dos finalistas e mais 1000 para autoridades e patrocinadores, contrariando a regra do torneio de não haver mesmo público nas bancadas.

As filas no Maracanã começaram cedo e não avançavam com rapidez, já os funcionários da Conmebol detectaram muitos casos de falsificação de testes negativos para o novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, uma das exigências para se entrar no estádio.

Em comunicado, a Conmebol referiu “uma considerável quantidade de testes PCR fraudulentos, de pessoas acreditadas tanto para a bancada argentina como para a bancada brasileira”, sublinhando que nenhum deles poderá aceder à final.

O Brasil é o segundo país com mais mortos na pandemia de Covid-19, com cerca de 532 mil mortos, logo atrás dos Estados Unidos, e o terceiro com mais contágios, depois dos Estados Unidos e da Índia, com mais de 19 milhões de casos.