Álcool, provocações e descontrolo antes da final em Wembley

Milhares de adeptos tomaram conta das ruas. Alguns tentaram forçar a entrada no estádio sem bilhete. Outros entraram em provocações com os adversários.

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Longas horas antes do apito inicial, já milhares de adeptos se encaminhavam para as imediações do Estádio de Wembley, para uma festa pré-jogo regada a álcool e debaixo da supervisão atenta das autoridades londrinas. Pela hora de almoço, os passeios em redor do recinto já estavam pegajosos, por causa da cerveja, enquanto os adeptos cantavam e empunhavam bebidas. Alguns, de resto, chegaram mesmo a subir para o topo dos autocarros.

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Longas horas antes do apito inicial, já milhares de adeptos se encaminhavam para as imediações do Estádio de Wembley, para uma festa pré-jogo regada a álcool e debaixo da supervisão atenta das autoridades londrinas. Pela hora de almoço, os passeios em redor do recinto já estavam pegajosos, por causa da cerveja, enquanto os adeptos cantavam e empunhavam bebidas. Alguns, de resto, chegaram mesmo a subir para o topo dos autocarros.

Um par de horas antes da partida, um elemento da segurança explicou à Reuters que alguns adeptos tentaram contornar os stewards, para conseguirem entrar no recinto sem bilhete, obrigando a uma interrupção momentânea das entradas. Mais tarde, um porta-voz de Wembley garantiu à BBC que essa quebra de segurança ocorreu num perímetro exterior e que ninguém conseguiu acesso ao estádio sem ingresso.

Em diferentes zonas de Londres, milhares de adeptos tomaram, desde cedo, conta das esplanadas dos bares, registando-se também uma forte concentração nas praças. Latas e garrafas de cerveja voaram, em algumas ocasiões, enquanto uma multidão de apoiantes vestidos com as cores de Inglaterra lançava tochas que tornavam o ar mais denso.

De resto, o uso de material pirotécnico aconteceu não só a caminho do estádio, mas também em algumas estações de comboio londrinas, com a polícia a reforçar o apelo à serenidade e as instruções de que só os portadores de bilhete deveriam encaminhar-se para Wembley.

Gus McKay, um inglês de 53 anos, de Bradford-on-Avon, juntou-se aos compatriotas em Leicester Square. “O sentimento é incrível. Esperei toda a vida por isto [pela final do Europeu]”. Um sentimento partilhado por Dave Woodall, habitante de York: “Eu tinha um ano quando ganhámos o Campeonato do Mundo [em 1966] e isto é um sonho que já não pensei que pudesse tornar-se real. Sinto-me como uma criança no Natal, é o melhor sentimento de sempre. Não podia perder isto”.

O entusiasmo também deu, porém, lugar a algum descontrolo. O jornal  Gazzetta dello Sport deu conta e momentos de tensão nas imediações do estádio, quando algumas latas e engenhos pirotécnicos foram lançados à passagem de um grupo de adeptos italianos, juntamente com palavras em tom ameaçador. As forças de segurança tiveram de intervir para serenar os ânimos e, de acordo com a AFP, embora alguns italianos tenham sido rodeados por um grupo bem mais numeroso de ingleses, não se registaram feridos.

No total, serão cerca de 6000 os espectadores a torcerem por Itália nas bancadas, uma franca minoria num Europeu claramente desequilibrado no campo logístico. Com mais de 60.000 lugares de capacidade, o Estádio de Wembley permitirá, mais uma vez, a Inglaterra jogar em casa neste torneio.