Novo trio à procura da harmonia portuguesa

O novo projecto de Beatriz Nunes, Paula Sousa e André Rosinha revela uma música original, com o jazz a assumir um namoro descarado com a tradição portuguesa.

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André Rosinha, Beatriz Nunes e Paula Sousa Vitorino Coragem

A arte e a música não têm fronteiras, mesmo que as queiram controlar. Por muito que se siga a tradição local, a criação de arte ou música vai evoluindo, acaba por ser sempre contaminada por influências externas. O jazz português não é excepção, vive dessa mescla de referências e vai evoluindo para múltiplas direcções. Contudo, podemos dizer que existe algo único na cena jazz nacional, algo que vários músicos referem: a existência de uma “harmonia portuguesa”. Traços harmónicos e melódicos, melodias que cruzam sentimento e nostalgia, assentes em certas cadências ou progressões harmónicas, e nos deixam a sensação de uma coisa que é só nossa, portuguesa. Essa harmonia lusa não existe só na tradição, também a ouvimos em alguma criação contemporânea; poderá ser primeiramente identificada no jazz pioneiro do António Pinho Vargas, tem sido explorada pelo pianista João Paulo Esteves da Silva e alguns músicos mais jovens — como os pianistas Isabel Rato e Luís Barrigas, e mesmo o saxofonista Ricardo Toscano — têm incorporado nos seus trabalhos essa certa ideia musical de portugalidade.

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A arte e a música não têm fronteiras, mesmo que as queiram controlar. Por muito que se siga a tradição local, a criação de arte ou música vai evoluindo, acaba por ser sempre contaminada por influências externas. O jazz português não é excepção, vive dessa mescla de referências e vai evoluindo para múltiplas direcções. Contudo, podemos dizer que existe algo único na cena jazz nacional, algo que vários músicos referem: a existência de uma “harmonia portuguesa”. Traços harmónicos e melódicos, melodias que cruzam sentimento e nostalgia, assentes em certas cadências ou progressões harmónicas, e nos deixam a sensação de uma coisa que é só nossa, portuguesa. Essa harmonia lusa não existe só na tradição, também a ouvimos em alguma criação contemporânea; poderá ser primeiramente identificada no jazz pioneiro do António Pinho Vargas, tem sido explorada pelo pianista João Paulo Esteves da Silva e alguns músicos mais jovens — como os pianistas Isabel Rato e Luís Barrigas, e mesmo o saxofonista Ricardo Toscano — têm incorporado nos seus trabalhos essa certa ideia musical de portugalidade.