Há uma nova loja em Lisboa onde se pode ver como é feita a roupa
No piso térreo do espaço, no Príncipe Real, localiza-se a loja com as criações da marca infantil sustentável e, no piso inferior, fica a fábrica onde tudo é produzido.
Quando se veste de manhã, já pensou como é feita a sua roupa? Foi esse o mote para uma nova loja de roupa, localizada em Lisboa, onde é possível ver como tudo é fabricado, desde o processo criativo das peças até ao momento de costurar, sem esquecer o desperdício têxtil. A iniciativa parte da marca sustentável de moda infantil Yay e do ateliê Cost, especializado em pequenas produções têxteis.
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Quando se veste de manhã, já pensou como é feita a sua roupa? Foi esse o mote para uma nova loja de roupa, localizada em Lisboa, onde é possível ver como tudo é fabricado, desde o processo criativo das peças até ao momento de costurar, sem esquecer o desperdício têxtil. A iniciativa parte da marca sustentável de moda infantil Yay e do ateliê Cost, especializado em pequenas produções têxteis.
Nunca vestir português foi tão importante e esteve tão na moda como agora. Mas a maioria dos portugueses nunca entrou numa fábrica de roupa e desconhece como é feita a confecção de o que veste. Perdeu-se o hábito de ir a uma costureira e assistir ao processo de fazer uma peça, desde a primeira prova, em que são feitos os primeiros alinhavos, até ao resultado final. Para aproximar o consumidor novamente deste processo, a Yay e a Cost abriram uma nova loja/minifábrica na Rua dos Prazeres, no Príncipe Real, em Lisboa.
No piso térreo, localiza-se a loja com as criações da marca infantil sustentável e, no piso inferior, fica a fábrica onde tudo é produzido. É possível acompanhar todas as etapas de produção de uma peça de roupa — a selecção do tecido, a modelagem, o corte, a confecção e até a estampagem. “A nossa ambição é criar um espaço que reproduza o modelo dos restaurantes onde é possível ver a cozinha a funcionar”, compara a designer e fundadora da Yay, Milena Melo, em comunicado.
O projecto tem por objectivo mostrar o valor de cada peça e a palavra-chave, explica-se, é “transparência”. “Quando o consumidor percebe quem fez, com que técnica e que história ou emoção uma determinada peça pretende transmitir, o produto ganha outro valor. Um valor que ultrapassa simplesmente a esfera financeira.”
A ideia surgiu também por acreditarem que a indústria têxtil não se tem ajustado “às necessidades das marcas independentes, nem mesmo à mudança de mentalidade do consumidor”. Muitas fábricas exigem um mínimo de 100 unidades por peças, o que dificulta a decisão das marcas inovarem e testarem modelos mais arrojados. “Não é de estranhar que as lojas estejam cheias de peças em azul-marinho ou cinzentas e que a criatividade nem sempre salte à vista”, lamenta Milena Melo.
Combater o desperdício têxtil
Nesta minifábrica não há espaço para o desperdício têxtil e, como dizia Antoine-Laurent de Lavoisier, “tudo se transforma”. E Tamires Nascimento, modelista e costureira, fundadora da Cost, quer reaproveitar tudo ao máximo.
Para tal, a marca vai apostar no upcycling, ou seja, em dar uma nova vida a peças antigas com valor sentimental, ou não. Por exemplo, uma toalha de mesa pode transformar-se num vestido ou a camisa do pai pode tornar-se na camisa da filha. O objectivo é que a vida de um têxtil seja prolongada ao máximo, com novas imagens e até funções.
A Yay, que lança duas colecções por ano, vai começar a reutilizar os restos dos tecidos da Primavera/Verão e do Outono/Inverno em colecções cápsula com peças exclusivas. Todas as peças da marca — que já recebeu prémios de revista de moda infantil conceituadas como a francesa Milk Magazine, a italiana Kids’Wear e a norte-americana Hooligans Magazine — são feitas com tecidos orgânicos e reciclados.
No espaço vai ser possível, ainda, encomendar peças para eventos especiais, desenhadas pela Yay e produzidas pela Cost. Os pequenos criadores são convidados também a usar o espaço para dar vida às suas pequenas produções.