Onde a Areia não é assim tão Branca
“É por ser um lugar tão simples e familiar que a Areia Branca me cativa tanto”. A leitora Francisca Sena Lino explica por que esta é a sua praia.
É na praia da Areia Branca que vivo os pontos altos do meu Verão. Não por ser um local de sol forte e mar calmo. Para ser honesta, é precisamente o contrário: na Areia Branca o mar é agitado e raramente vemos o sol brilhar por entre as carregadas nuvens. Mas talvez goste deste tempo. A verdade é que, quando os raios de luz cintilam nos nossos cabelos e nos aquecem depois do rápido mergulho, aproveitamos muito mais o calor por sabermos que não durará para sempre.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
É na praia da Areia Branca que vivo os pontos altos do meu Verão. Não por ser um local de sol forte e mar calmo. Para ser honesta, é precisamente o contrário: na Areia Branca o mar é agitado e raramente vemos o sol brilhar por entre as carregadas nuvens. Mas talvez goste deste tempo. A verdade é que, quando os raios de luz cintilam nos nossos cabelos e nos aquecem depois do rápido mergulho, aproveitamos muito mais o calor por sabermos que não durará para sempre.
A praia pertence ao concelho da Lourinhã, perto da fronteira entre Lisboa e Leiria. Algo que sempre me agradou é o facto de da praia se poder avistar as Berlengas. Há quem diga que, quando estas ilhas estão à vista, o dia seguinte vai ser de calor intenso. No entanto, prefiro pensar que os dias de bom tempo vêm quando os sonhos ultrapassam a realidade, tornando tudo um pouco mais fantasioso.
Para mim, a atracção deste paraíso diz respeito ao facto de me levar a reparar em todas as pequenas coisas perfeitas que se escondem por entre a areia da praia. Com as longas férias aqui passadas, vim a descobrir os pequenos pormenores que fazem deste lugar um refúgio mágico.
Sei agora que, se acordar cedo num dia de Verão, consigo apanhar o pão quente da padaria a poucos metros de mim. Sei também que, se jantar rápido, consigo chegar à praia a tempo de ver o Sol pôr-se por entre o mar desassossegado. Este é um pequeno momento perfeito, em que todas as preocupações ficam de lado para observar aquilo que ilustra um deslumbrante final de dia. Para além disso, sei que, ao fazer o passeio ao longo do extenso areal, verei uma rede de vólei, onde terminarei a manhã com um jogo entre família daquele que é o meu desporto favorito.
Contudo, Areia Branca não é só lugar de pão quente com manteiga a derreter, pôr do Sol e partidas de voleibol. Sendo sincera, é tão mais do que isso. Porque este destino é sinónimo de reencontros familiares, de jantares e jogos de cartas entre amigos, de livros devorados na areia que não é assim tão branca, de mitos que ficam por contar e de memórias que durarão eternamente.
É por ser um lugar tão simples e familiar que a Areia Branca me cativa tanto. Sempre que lá estou, ou simplesmente quando penso nos momentos que lá vivo, sou recordada da incrível sorte que tenho de poder considerar este humilde local a minha fuga de leitora.
Francisca Sena Lino