Paulo Pereira Cristóvão e Mustafá não conseguem escapar à prisão

Ex-vice-presidente do Sporting e antigo líder da Juve Leo integravam gang violento que assaltava residências.

Foto
LUSA/RODRIGO ANTUNES

O Tribunal da Relação de Lisboa manteve as condenações a prisão efectiva do ex-inspector da Polícia Judiciária Paulo Pereira Cristóvão e do ex-líder da Juve Leo Nuno Mendes, também conhecido por Mustafá, no caso dos assaltos violentos a residências na área metropolitana de Lisboa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Tribunal da Relação de Lisboa manteve as condenações a prisão efectiva do ex-inspector da Polícia Judiciária Paulo Pereira Cristóvão e do ex-líder da Juve Leo Nuno Mendes, também conhecido por Mustafá, no caso dos assaltos violentos a residências na área metropolitana de Lisboa.

No final de 2019 o primeiro tinha sido condenado em primeira instância a sete anos e meio de cadeia, e o segundo a seis anos e quatro meses. Ambos integravam um gang do qual faziam também parte três agentes da PSP que se dedicava a assaltar casas. Nalguns casos chegaram a sequestrar os habitantes, tendo os prejuízos sido calculados em várias centenas de milhares de euros. Alvo de tentativa de estrangulamento, uma das vítimas foi espancada ao ponto de ter de receber tratamento hospitalar e ficar de baixa dez dias. 

Tanto Pereira Cristóvão – que chegou a ser vice-presidente do clube leonino – como Mustafá eram responsáveis pela escolha de potenciais vítimas dos roubos, consoante os objectos de valor que poderiam ter em casa. Mas nem um nem outro tiveram intervenção propriamente directa nos assaltos, embora tenham chegado a ficar de atalaia à porta das casas enquanto os cúmplices consumavam os assaltos.

Os agentes da PSP apresentavam-se fardados e invocavam a necessidade de realizar buscas domiciliárias para se introduzirem nas residências das vítimas. Falsificavam mandados de busca para que os residentes lhes abrissem a porta e, uma vez lá dentro, “apreendiam” o dinheiro e os objectos de valor que encontrassem. Também havia criminosos a envergar uniforme sem serem agentes.

O grupo causou prejuízos que, somados, atingem várias centenas de milhares de euros. Um dos assaltos teve como cenário o edifício Cascais Atrium, em Cascais, no início de 2014, onde um casal e uma filha foram sequestrados, tendo o gang escapado com pelo menos 145 mil euros tirados de um cofre.