Homem esmurra e decapita pombo no Rossio, em Lisboa, por causa de uma batata frita
O ataque aconteceu na esplanada do McDonald’s depois de o pombo ter roubado uma batata frita. A provedora dos Animais de Lisboa afirma que é necessário alargar a legislação para que actos desproporcionais como este sejam punidos.
Na esplanada do McDonald’s do Rossio, em Lisboa, no passado dia 22 de Junho, um homem agrediu e decapitou um pombo em frente de menores. O indivíduo, de nacionalidade francesa, encontrava-se na esplanada acompanhado pelo filho de cerca de três anos. Após vários pombos atacarem as batatas fritas do menor, o pai deu-lhes murros, acabando por agarrar num dos animais e arrancar-lhe a cabeça, relata uma testemunha na sua página do Facebook.
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Na esplanada do McDonald’s do Rossio, em Lisboa, no passado dia 22 de Junho, um homem agrediu e decapitou um pombo em frente de menores. O indivíduo, de nacionalidade francesa, encontrava-se na esplanada acompanhado pelo filho de cerca de três anos. Após vários pombos atacarem as batatas fritas do menor, o pai deu-lhes murros, acabando por agarrar num dos animais e arrancar-lhe a cabeça, relata uma testemunha na sua página do Facebook.
A testemunha, acompanhada pela filha de 12 anos, acabou por chamar a Polícia de Segurança Pública e, em conjunto com os restantes utilizadores da esplanada, cercou o homem que terá atacado o animal.
De acordo com Marisa Quaresma dos Reis, provedora dos Animais de Lisboa, este terá sido um “acto gratuito de agressão”, acrescentando que “os maus tratos a animais estão também associados a um carácter violento também contra as pessoas. Hoje é um pombo, amanhã um cão e no outro dia é uma pessoa”, afirma.
De acordo com a provedora, os pombos são animais que se adaptaram à vida das cidades de forma a conseguir sobreviver, “aproveitando os restos da actividade humana”. Face às acusações de que estes são animais transmissores de doenças, afirma: “Na literatura, o que encontramos é que, como qualquer outro animal, podem transmitir patologias, mas no caso dos pombos há muito pouca proximidade com o animal. É diferente de quem tem pombais em casa e convive muito com eles, tendo que se ter cautela para não inalar o pó das fezes dos pombos, que é realmente o problema”.
Os circunstantes presentes no momento do ataque têm esperança que “se faça justiça”. Contudo, Marisa Quaresma dos Reis prevê que o atacante “será responsabilizado penalmente, provavelmente, por o ter feito em frente de menores; porque os expôs. Não por o ter feito ao pombo”, já que este não é considerado animal de companhia.
Para a provedora dos Animais, há necessidade de “alargar a legislação para proteger também todos os outros animais”, isto porque a actual lei geral de protecção animal não tem regime sancionatório, sinónimo de que “é proibido, mas pode-se fazer. Não há coima, nenhuma multa, nem nunca vai ser condenado a pena de prisão”, afirma.
De acordo com a testemunha, o ataque deixou sangue espalhado sobre as mesas e o chão. “[O atacante] foi muito além do normal. Decapitou um animal à frente de toda a gente, um acto desproporcional e despropositado que não se pode aceitar”, comentou a provedora, que recordou ainda o caso de um jovem de 26 anos que comprou e esmagou um hamster até à morte com as próprias mãos. O jovem, condenado em 2019, foi apanhado na estação de metro do Saldanha, em Lisboa, após o acto. Uma vez que se tratava de um animal de estimação, acabou por ser condenado a uma multa de 900 euros.
Texto editado por Ana Fernandes