Por cada mil doses de vacinas há um caso notificado de reacção adversa em Portugal
Foram perto de 8.500 as suspeitas de reacções adversas notificadas em Portugal, revelam dados do Infarmed.
Perto de 8.500 suspeitas de reacções adversas às vacinas contra a covid-19 foram notificadas em Portugal, entre as quais 55 casos de morte em idosos, revelam dados do Infarmed. “Os casos de morte ocorreram num grupo com uma mediana de idades de 78 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal com a vacina administrada, uma vez que podem também decorrer dos padrões normais de morbilidade e mortalidade da população portuguesa”, salienta o “Relatório de Farmacovigilância -- Monitorização da Segurança das Vacinas contra a covid-19 em Portugal”.
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Perto de 8.500 suspeitas de reacções adversas às vacinas contra a covid-19 foram notificadas em Portugal, entre as quais 55 casos de morte em idosos, revelam dados do Infarmed. “Os casos de morte ocorreram num grupo com uma mediana de idades de 78 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal com a vacina administrada, uma vez que podem também decorrer dos padrões normais de morbilidade e mortalidade da população portuguesa”, salienta o “Relatório de Farmacovigilância -- Monitorização da Segurança das Vacinas contra a covid-19 em Portugal”.
Desde o início da campanha de vacinação a 27 de Dezembro de 2020 até ao dia 26 de Junho, foram registadas 8.470 notificações de reacções adversas (RAM), num total de 8.470.118 doses administradas, 3.290 (39%) classificadas como “graves” e 5.180 (61%) como “não graves”.
Os dados precisam que por mil doses de vacinas administradas foi notificado um caso de reacção adversa, número que baixa para 0,5 no caso das reacções graves.
Das reacções notificadas como “graves”, 1.947 foram classificadas como “clinicamente importantes” (23%), 943 geraram incapacidade (11%), 252 motivaram hospitalização (3%), 93 representaram “risco de vida” (1%) e 51 morte (0,6%).
Dos casos classificados como graves, cerca de 90% dizem respeito a situações de incapacidade temporária na sua maioria e outras são consideradas “clinicamente significativas” pelo notificador, refere a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.
“Se um caso contiver mais do que uma RAM (a situação mais frequente), basta que uma dessas reacções adversas seja classificada como grave para que todo o caso também o seja”, sublinha, explicando que esta classificação segue critérios da Organização Mundial de Saúde, mas é feita pelo notificador, seja este um profissional de saúde ou um utente.
Do total de reacções adversas, 5.561 são referentes à vacina da Pfizer/BioNtech (Comirnaty), num total de 5.865.276 doses administradas, 2.133 da Astrazeneca (1.493.560 doses inoculada), 556 da Moderna (842.545 doses) e 130 da Janssen (268.737 doses).
Por cada 1.000 doses administradas, foram comunicadas uma reacção no caso da Pfizer, 1,5 no caso da AstraZeneca, 2 na Moderna e 0,5 na vacina da Janssen.
O Infarmed ressalva que estes dados “não permitem a comparação dos perfis de segurança entre vacinas, uma vez que estas foram utilizadas em subgrupos populacionais distintos (idade, género, perfil de saúde, entre outros) e em períodos e contextos epidemiológicos distintos”.
A maioria das reacções foi registada em mulheres, com 2.317 notificações de casos graves e 3.609 não graves.
Em relação aos homens, foram comunicadas 642 reacções adversas graves e 1.137 não graves, sendo a faixa etárias dos 30 aos 49 anos as que registam mais notificações.
A reacção mais notificada é a mialgia (2.638), seguida de dores de cabeça (2.341) dor no local de injecção (2.203), febre (2.156), calafrios (958), fadiga (948), náusea (939), dores musculares ou nas articulações (752), alterações/aumento dos gânglios (591), tonturas (455), dor (445), astenia (430) mal-estar (422), vómitos (406) e diarreia (333).
“Na maioria dos casos, o desconforto causado pela dor ou febre é um sinal normal de que o sistema imunitário está a reagir e estas reacções resolvem-se em poucas horas ou dias, sem necessidade de intervenção médica, e não deixando sequelas”, refere o Infarmed.
Adianta ainda que as situações não resolvidas ou agravadas nesse período ou de natureza clínica mais grave poderão requerer avaliação clínica.
“Um vacinado com uma vacina contra a covid-19 que, após deixar o local de vacinação, considerar que pode estar a desenvolver uma reacção alérgica grave, deve procurar atendimento médico de imediato”, aconselha a autoridade do medicamento.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.957.862 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 182,5 milhões de casos de infecção, segundo o balanço mais recente feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.108 pessoas e foram confirmados 884.442 casos de infecção, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.