Já todos sabemos o quanto a natureza foi generosa para com a Serra da Estrela, brindando cada montanha, cada vale, com paisagens deslumbrantes. Um mosaico no qual sobressaem, por esta altura do ano, o verde da floresta e o azul límpido dos cursos de água que serpenteiam o território. Ingredientes que ajudam a explicar a grande atractividade que as suas praias fluviais têm vindo a merecer, num campeonato que ganha cada vez mais adeptos e no qual a Serra da Estrela aparece a disputar os melhores lugares. Loriga, Lapa dos Dinheiros e Vale do Rossim são disso exemplo, mas a verdade é que há por ali mais umas quantas praias onde se torna difícil não ir a banhos.

Já todos sabemos o quanto a natureza foi generosa para com a Serra da Estrela, brindando cada montanha, cada vale, com paisagens deslumbrantes. Um mosaico no qual sobressaem, por esta altura do ano, o verde da floresta e o azul límpido dos cursos de água que serpenteiam o território. Ingredientes que ajudam a explicar a grande atractividade que as suas praias fluviais têm vindo a merecer, num campeonato que ganha cada vez mais adeptos e no qual a Serra da Estrela aparece a disputar os melhores lugares. Loriga, Lapa dos Dinheiros e Vale do Rossim são disso exemplo, mas a verdade é que há por ali mais umas quantas praias onde se torna difícil não ir a banhos.

A Fugas já andou por algumas delas, num roteiro que procurou, precisamente, fugir às mais conhecidas e procuradas (apenas porque já por lá andamos, noutras ocasiões). De Manteigas a Fornos de Algodres, com passagem pela Guarda e Celorico da Beira, subimos e descemos montanhas à procura dos melhores locais para ir a banhos e estender a toalha à sombra. Seis praias para diferentes gostos e feitios, mas com esse denominador comum: são altamente recomendadas a quem procura fugir do litoral nestes meses mais quentes. E o mais fantástico de tudo é que são apenas uma amostra da variedade e quantidade de praias fluviais que a região da Serra da Estrela tem para oferecer (ver caixa).

Iniciamos o nosso périplo em Manteigas, mais concretamente na Relva da Reboleira. Quem nos recebe é Jorge Carvalho, funcionário do bar da praia, e a gata que por ali vai passando as manhãs em busca de comida e mimos. “É de uma quinta aqui próxima, mas vem sempre à praia”, conta. Jorge Carvalho já ali trabalha há dez anos e é o primeiro a surgir em defesa da qualidade da água do Zêzere. “É transparente, limpinha” afiança, sem esconder que “também é um pouco fria”. “Mas ao final do dia fica melhor”, contrapõe.

Esta praia fluvial faz parte de um complexo que conta com parque de campismo, parque de merendas e uma pista de esqui cinética (esta última, disponível apenas no Inverno). Em toda a praia não faltam árvores prontas para garantir uma boa sombra nos dias mais quentes do ano – algumas também dão frutos, nomeadamente as várias cerejeiras que estão ali plantadas – e, segundo garante Jorge Carvalho, nem mesmo nos fins-de-semana de maior calor a praia chega a ficar lotada. “É uma praia sossegada, com um ambiente familiar”, afiança.

Próximo destino: Valhelhas. É nesta localidade do município da Guarda que se situa outro dos pontos de referência para ir a banhos. Está situado nas margens do Rio Zêzere, com “água tão boa que até dá para beber”, assegura José Almeida, que por ali vai passando parte dos verões. Não é da terra – é da zona de Coimbra -, mas defende-a como se fosse. “Todo este manto verde à volta torna este sítio muito especial. A juntar ao acolhimento e hospitalidade da aldeia”, destaca.

A quem vem de fora são oferecidas todas as comodidades: o campo de jogos é transformado em parque de estacionamento, há parque de merendas, bar, restaurante, parque infantil, escorrega aquático e nadador-salvador. Quando por ali passámos, andava tudo a ser ultimado para dar início à época balnear, proporcionando as melhores condições possíveis a banhistas e visitantes. “Esta é uma das melhores praias fluviais do país”, faz questão de evidenciar José Almeida, depois de saber que andamos a cumprir um roteiro dedicado a locais para ir a banhos na serra. Galardoada com a Bandeira Azul, a praia de Valhelhas, revela-se também uma excelente opção para quem gosta de explorar o território a caminhar - a Grande Rota do Zêzere passa por ali.

Não muito longe de Valhelhas, a cerca de 20 quilómetros, encontrará uma outra piscina natural, ladeada por sombras e relva, quanto baste. Aproveitando a albufeira da barragem do Caldeirão, foi criado um parque fluvial, com piscina flutuante, balneário, bar de apoio e esplanada, que já vai competindo com outras praias da região. Apesar de recente – foi inaugurada em 2019 -, a praia fluvial da Barragem do Caldeirão é cada vez procurada para ir a banhos.

Mergulhar e pescar no Mondego

Ainda pela Guarda, e em pleno Parque Natural da Serra da Estrela, encontrará a praia fluvial da Aldeia Viçosa. Está plantada na margem direita daquele que é o maior rio inteiramente português (nasce e desagua em território nacional), o Mondego. Naquela tarde de meados de Junho, ainda a encontrámos deserta – nestas praias, a época balnear só tem início a 1 de Julho -, mas não foi difícil perceber que este é mais um desses locais amigos das famílias. A praia (vigiada) está inserida num grande parque, com zona de merendas, relvado, campo de jogos, escorrega aquático, espaço infantil, bar e parque de estacionamento.

Um pouco como acontece noutro dos pontos de paragem do nosso roteiro, ainda pelas margens do Mondego, mas já noutro concelho. Chama-se praia da Ratoeira – foi buscar o nome à aldeia onde está situada – e está localizada em Celorico da Beira. Aqui, ao convite para ir a banhos (também tem piscina flutuante) junta-se a proposta para pescar - o espaço conta com uma pista de pesca desportiva (sem morte) e é procurado para várias competições. Também não faltam sombras, espaços de merendas e diversões para os miúdos.

No concelho vizinho de Fornos de Algodres, também se aproveitaram as águas do Mondego para criar um parque fluvial, com passeio ribeirinho e piscina flutuante. Ladeada por frondosas árvores, a praia da Ponte de Juncais tem fama de proporcionar manhãs e tardes plenas de sossego e tranquilidade, com uma boa dose de ar puro para ajudar à festa. Esta praia está situada em pleno território das Aldeias de Montanha, também conta com parque de merendas, bar e zona de estacionamento.

Outras praias que pode (e deve) visitar

• Praia Fluvial do Paul, na Covilhã: está situada numa vila tipicamente serrana, onde existe um poço natural que acolhe a praia com o mesmo nome. Toda a zona é propícia a piqueniques devido à sua abundância em penedos.
• Praia de Unhais da Serra, na Covilhã: além da qualidade da sua água, é conhecida pela pelas vistas que oferece para a Serra da Estrela e pela sua extensa área de lazer.
• Praia Fluvial de Sandomil, em Seia: situada nas margens do rio Alva, beneficia da existência de ensombramento natural de uma densa área arborizada com plátanos e amieiros.
• Zona Balnear de Vila Cova à Coelheira, em Seia: localizada dos limites do Parque Natural da Serra da Estrela, esta é mais uma praia do rio Alva. Aproveite para tirar uma foto a partir da ponte medieval que dá acesso à praia.
• Zona Balnear do Poço do Lagar, em Seia: é mais um refúgio do parque natural, neste caso banhado pelas águas límpidas da ribeira de Alvoco, afluente do rio Alva.
• Zona Balnear do Sabugueiro, em Seia: está localizada na aldeia mais alta de Portugal Continental, apresentando um enquadramento paisagístico de montanha (dominado por afloramentos graníticos) e um espelho de água límpida (ribeira da Fervença).
• Zona Balnear “Dr. Pedro”, em Seia: permite desfrutar em pleno da natureza, uma vez que está integrada na Mata do Desterro, na margem direita do rio Alva.
• Praia Fluvial de Vale das Éguas, no Sabugal, situada numa zona de lazer natural rodeada de amieiros e freixos e com as águas do Côa a correrem livremente pelas pedras.
• Praia Fluvial do Covão da Ponte: fica no limite entre os concelhos de Manteigas e Gouveia, num planalto da Serra da Estrela a cerca de 960m de altitude, dá o conhecer o início do Rio Mondego.
• Praia fluvial de Castelo Novo, no Fundão: situada mesmo à entrada da aldeia histórica de Castelo Novo, convida a aproveitar as águas cristalinas da Ribeira de Alpreade.