Ana Catarina Nogueira critica ausência de Portugal de Europeu e Mundial

A melhor jogadora da história do padel português lamenta que um “diferendo alheio” aos atletas prejudique “as selecções nacionais, todos os jogadores, o presente e futuro do padel português”.

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LUSA/Rodrigo Jimenez

No dia em que termina em Espanha o XII Campeonato da Europa de padel, Ana Catarina Nogueira, a melhor jogadora da história da modalidade em Portugal, escreveu uma publicação nas suas redes sociais onde considera ser “revoltante” que a Federação Portuguesa de Padel tenha renunciado à participação da selecção nacional no Europeu e no Mundial, que será realizado em Novembro, devido a “um diferendo” e a uma “decisão infeliz” que “prejudica as selecções nacionais, todos os jogadores, o presente e futuro do padel português”.

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No dia em que termina em Espanha o XII Campeonato da Europa de padel, Ana Catarina Nogueira, a melhor jogadora da história da modalidade em Portugal, escreveu uma publicação nas suas redes sociais onde considera ser “revoltante” que a Federação Portuguesa de Padel tenha renunciado à participação da selecção nacional no Europeu e no Mundial, que será realizado em Novembro, devido a “um diferendo” e a uma “decisão infeliz” que “prejudica as selecções nacionais, todos os jogadores, o presente e futuro do padel português”.

A jogadora portuguesa, que depois de uma carreira de sucesso no ténis, onde foi tricampeã nacional absoluta (1999, 2000 e 2004), chegou a ser em 2019 a sexta melhor do ranking mundial, tendo sido o único atleta português que ganhou um torneio do World Padel Tour, confessa que neste sábado foi-lhe “difícil ficar indiferente ao ver as fotos” da “final do Campeonato da Europa de Padel disputado esta semana em Marbella”.

A atleta do Porto, explica que “por um diferendo alheio aos jogadores, a Federação Portuguesa de Padel não inscreveu as suas selecções nacionais no Campeonato da Europa e do Mundo”, o que, para si, e, acredita, “para a maioria dos jogadores da selecção nacional de padel”, é “triste e frustrante" por “não poder representar” o país. “Revoltante por não compreendermos esta situação.”

Perante “uma decisão infeliz da FPP que prejudica as selecções nacionais, todos os jogadores, o presente e futuro do padel português”, a portuguesa diz saber que “há jogadores que nada dizem por receio”: “Eu própria hesitei muito em escrever este texto mas há momentos em que a consciência fala mais alto e uma vida dedicada ao desporto ensinou-me que há valores dos quais nunca devemos prescindir, entre os quais integridade, respeito, honestidade, trabalho, dedicação.”

Embora reconheça o “inegável trabalho que a FPP fez pelo padel em Portugal” com “o imprescindível apoio do IPDJ”, Ana Catarina Nogueira salienta que “não participar nas maiores competições europeias e mundiais é abdicar de anos de trabalho, é apagar horas e horas de treino, é desistir de um dos principais objectivos da época sem poder fazer nada, é retirar a possibilidade de competirmos com os melhores, é eliminar a tentativa de alcançarmos o pódio e de elevar o nome de Portugal num desporto onde somos bons, é tirar o sonho a qualquer atleta.”

A FPP, por sua opção, deixou este ano as selecções portuguesas de padel de fora do Campeonato da Europa, que termina neste sábado em Espanha, e do Campeonato do Mundo, que terá lugar no Qatar, entre 15 e 20 de Novembro. 

Em entrevista ao PÚBLICO, Ricardo Oliveira, presidente da federação portuguesa, justificou a ausência do Europeu promovido pela Federação Internacional de Padel (FIP), que tem a tutela da modalidade a nível mundial, por preferir jogar o “Europeu da FEPA”, uma competição promovida por uma federação que não é reconhecida pela FIP e onde não vão estar as selecções das três federações que dominam a modalidade na Europa: Espanha, França e Itália.

Quanto ao Mundial, a FPP começou por justificar a ausência da prova por um incumprimento de regulamentos pela FIP, afirmando, mais tarde, após um tribunal não dar razão aos seus argumentos, que se tratava de um boicote ao Qatar, um país onde se bate nas “mulheres até à morte na rua”.