Citemor anuncia programação puzzle para atravessar o deserto

Festival regressa a Montemor-o-Velho entre 22 de Julho e 7 de Agosto, numa edição ainda muito condicionada pela pandemia.

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A Orquestina de Pigmeos vai mostrar o resultado de uma residência artística em Montemor-o-Velho Miguel Ribeiro Fernandes

Ainda que numa versão mais reduzida que o habitual e condicionada pela pandemia, o Citemor regressa a 22 de Julho a Montemor-o-Velho, com uma programação que se estende até 7 de Agosto. A 43.ª edição do festival de artes performativas fica marcada pelo regresso de velhos conhecidos, como Sergi Fäustino ou o projecto Orquestina de Pigmeos, mas também pelo espaço aberto à nova dramaturgia portuguesa.

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Ainda que numa versão mais reduzida que o habitual e condicionada pela pandemia, o Citemor regressa a 22 de Julho a Montemor-o-Velho, com uma programação que se estende até 7 de Agosto. A 43.ª edição do festival de artes performativas fica marcada pelo regresso de velhos conhecidos, como Sergi Fäustino ou o projecto Orquestina de Pigmeos, mas também pelo espaço aberto à nova dramaturgia portuguesa.

A grelha deste Citemor “é todo um puzzle”, diz ao PÚBLICO o director artístico do festival, Armando Valente. “Este ano, a edição recebe criações que estiveram programadas para o ano anterior, há criadores que apresentam obras que não são aquelas que estavam inicialmente programadas e ainda outras que continuam a ser adiadas”, explica. Este ano, a organização, ainda a contas com a incerteza e com as contingências pandémicas, é obrigada a regressar à fórmula de 2020.

O espectáculo que inaugura o Citemor, no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, no dia 22 de Julho, é um dos exemplos desse trabalho de corte e colagem. Velhas, de Francisco Camacho, chegou a estar apontado para a edição do ano passado. No dia 23, também em Coimbra, no Teatro da Cerca de São Bernardo (TSCB), Hugo Calhim Cristovão e Joana von Mayer Trindade apresentam Fecundação e alívio neste chão Irredutível onde com gozo me insurjo.

A programação prossegue no dia seguinte, no castelo de Montemor-o-Velho, com Sergi Fäustino, que em 2020 esteve em residência artística no Baixo Mondego, a trabalhar com o acervo vídeo do festival. Este ano, o intérprete catalão – que tem alimentado uma relação com o Citemor, onde já marcou presença em 2011 e 2013 – estreia 30 Años de Éxitos, a partir da experiência pessoal de Mercedes Recacha e Viviane Calvitti, duas bailarinas com mais de três décadas de palco.

A 29 e a 30 de Julho, o TCSB recebe, respectivamente, as apresentações coreografadas de Dinis Machado, com Yellow Puzzle Horse, e de Diana Niepce, com Anda, Diana. De regresso a Montemor, Rita Morais leva Arquivo Presente de Guimarães ao castelo, no dia 31 de Julho.

Na última semana, o projecto Orquestina de Pigmeos, nascido em Montemor-o-Velho da colaboração da dupla formada pelo músico Nilo Gallego e pelo criador audiovisual Chus Domínguez, mostra o resultado de uma residência artística que arranca no início de Julho. No dia 5 de Agosto, no Teatro Esther de Carvalho, em Montemor, Mondego marca uma apresentação informal de um trabalho que começou em 2020 – e que teve uma primeira apresentação nas salinas da Figueira da Foz e que vai até 2022.

O Esther de Carvalho volta a abrir portas no dia 6 de Agosto, para o projecto LIVROs XXI, que ganha forma com a leitura pública de peças escritas por Jorge Louraço, Jorge Palinhos e Rui Pina Coelho, autores que também estarão em residência em Montemor. A direcção e interpretação é de Nuno M. Cardoso. Carolina Campos e Márcia Lança fecham a grelha no dia 7 de Agosto, no castelo de Montemor, com a estreia da performance Outro Lado É Um Dia.

Os olhos da direcção estão já postos no próximo ano, que será ainda “um bocado atípico, para re-equilibrar alguns compromissos e acomodar coisas que não se fizeram” nestes dois anos, prevê Armando Valente. O objectivo será “reforçar a capacidade de produção, que foi muito afectada” pela pandemia, logo quando estava a recuperar de um ciclo de sub-financiamento.

O Citemor regressa aos espaços que habita normalmente, entre Coimbra e Montemor-o-Velho, com excepção para a Figueira da Foz, que fica de fora por questões logísticas, explica o director artístico. Tal como nas últimas edições, é o espectador que define o preço do bilhete.