A MWC voltou a Barcelona, mas as marcas ficaram em casa

Gigantes tecnológicas como a Google, Samsung, Sony, Qualcomm e Ericsson optaram por participar virtualmente no Mobile World Congress 2021. Em Barcelona, tendas de teste e isolamento substituíram os espaços de convívio.

Fotogaleria

Quase dois anos e meio depois da última edição, a Mobile World Congress (MWC) voltou a Barcelona no final de Junho. A feira dedicada à tecnologia do sector móvel foi um dos primeiros grandes eventos na área a ocorrer ao vivo desde o começo da pandemia — só que a maioria das grandes empresas ficou em casa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Quase dois anos e meio depois da última edição, a Mobile World Congress (MWC) voltou a Barcelona no final de Junho. A feira dedicada à tecnologia do sector móvel foi um dos primeiros grandes eventos na área a ocorrer ao vivo desde o começo da pandemia — só que a maioria das grandes empresas ficou em casa.

Gigantes tecnológicas como a Google, Samsung, Sony, Qualcomm e Ericsson optaram por participar virtualmente em vez de enviar os trabalhadores para Espanha.

Então, tal como a maioria das feiras de tecnologia desde Janeiro de 2020, muitas apresentações foram feitas através de ecrãs com o distanciamento social a anular as oportunidades de interacção que são um dos grandes objectivos deste tipo de eventos.

Desde 1987 que a MWC reúne empresas de todo o mundo em Barcelona para mostrar as novidades no sector, mas é também é nesta feira que muitas empresas fecham negócios e encontram novos parceiros nos bastidores. A edição de Fevereiro de 2020, que não chegou a acontecer, marcou a primeira vez que o evento foi cancelado em 33 anos. 

Tendas de rastreio e isolamento

A edição de 2021 foi muito diferente do habitual: em tempo de pandemia, além dos pavilhões dedicados a startups e aparelhos, havia tendas de rastreio e de isolamento espalhadas pela feira. Para entrar no recinto principal, era preciso máscara, um teste rápido ou PCR novo a cada dois dias, e um crachá digital que confirmava que o dono estava bem de saúde e não apresentava sintomas de covid-19.

Foto
À entrada do MWC Reuters/Nacho Doce

As áreas de convívio nem saíram do ecrã, com os participantes a marcar reuniões e conversas via videoconferência. 

Com isto, a azáfama em torno das novidades anunciadas foi menor que o habitual. Uma boa parte do espaço ao vivo foi ocupado por startups do programa 4YFN (“daqui a quatro anos”, na sigla inglesa) que este ano destacou projectos inovadores na área da saúde.

Fotogaleria
EPA/ALEJANDRO GARCIA

O vírus SARS-Cov-2 impulsionou a telemedicina com muitos a procurar formas de realizar consultas e formações à distância. Uma proposta apresentada na MWC 2021 foi a Robin Cam, uma câmara para os médicos colocarem num capacete para transmitir as operações que realizam em directo. 

Algumas novidades

Durante os três dias de MWC, o telemóvel Samsung Galaxy S21 Ultra foi eleito o melhor do ano e a Samsung aproveitou para revelar o design do novo sistema para relógios inteligentes que está a criar em parceria com a Google. Já a TCL, que optou por estar presencialmente na feira, lançou uns óculos para ver vídeos longe do olhar alheio. O magnata Elon Musk que visitou a feira através do ecrã falou da sua empresa (Starlink) para levar Internet a zonas remotas por mais de 80 euros por mês.

Os visitantes que estiveram “ao vivo” na feira puderam testar os bifes vegetarianos da Novameat, uma empresa que “imprime” receitas com tecnologia de impressão 3D.

Também se falou muito do potencial do 5G com a GSMA, que agrupa os operadores de telemóveis no mundo inteiro e é responsável pelo MWC, a dizer que o 5G vai representar mais de um quinto de todas as comunicações móveis até ao final de 2025.