População mundial usa cinco biliões de sacos de plástico por ano

Apesar de o plástico ser “uma grande invenção”, os sacos deste material constituem um dos problemas mais graves para as espécies, explica o professor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Universidade Europeia Álvaro Luna, por ocasião da celebração, no sábado, 3 de Julho, do Dia Internacional Livre de Sacos de Plástico.

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Jorge Silva

No mundo, usam-se cinco biliões de sacos de plástico por ano, segundo as Nações Unidas, dos quais 3,5 biliões, cerca de 70%, acabam na natureza ou em aterros e afectam muitas espécies no oceano e em terra.

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No mundo, usam-se cinco biliões de sacos de plástico por ano, segundo as Nações Unidas, dos quais 3,5 biliões, cerca de 70%, acabam na natureza ou em aterros e afectam muitas espécies no oceano e em terra.

Apesar de o plástico ser “uma grande invenção”, os sacos deste material constituem um dos problemas mais graves para as espécies, explica o professor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Universidade Europeia Álvaro Luna, por ocasião da celebração, no sábado, 3 de Julho, do Dia Internacional Livre de Sacos de Plástico.

São frequentes as imagens de animais apanhados por sacos de plástico no oceano, no entanto o problema também existe em terra firme, assegura Luna, porque “em muitos locais de África e do Médio Oriente os animais do campo alimentam-se destes resíduos”. Camelos, cabras e vacas “morrem pela ingestão de sacos de plástico nestes lugares”, diz o especialista, citado pela agência EFE. E não sendo estes os únicos resíduos plásticos que causam estragos na natureza pretendeu-se assinalar o 3 de Julho como um dia livre de sacos de plástico para alertar para o problema que causam na natureza.

Existem muitos outros produtos deste material de apenas uma utilização, como palhinhas, garrafas ou recipientes de alimentos que contaminam e se degradam em milhões de pedaços, no que se conhece como microplásticos, um problema que se agravou com a pandemia de covid-19, que fez disparar a utilização de luvas e material plástico. Campanhas de consciencialização e políticas internacionais e nacionais advogam pela redução e eliminação da utilização de plástico, refere Luna, especialmente em produtos de uma única utilização, como garrafas.

No entanto, a luta pela redução e/ou eliminação do plástico é desigual no mundo. Segundo dados das Nações Unidas, a cada ano chegam aos oceanos mais de oito milhões de toneladas de plásticos, muitos procedentes da contaminação vertida nos rios, especialmente no sudeste asiático e na China.

Apesar dos acordos internacionais firmados para a eliminação do plástico, de acordo com o académico, em muitos países “é difícil” transpor de forma realista os compromissos estabelecidos para a eliminação de plástico. Os resíduos plásticos viajaram meio mundo, até que em 2018 a China se negou a continuar a ser o depósito deste lixo, uma posição que tomaram na Europa a Roménia e a Bulgária, juntamente com a Turquia.

Mais de 70 países reclamaram às Nações Unidas um novo acordo vinculativo contra este material, entre os quais Espanha e os outros países da União Europeia, assim como muitos latino-americanos. Porém, não figuram entre eles as grandes potências como os Estados Unidos ou a China, nem tão pouco a índia, a Rússia ou o Brasil.

Segundo um estudo publicado na quinta-feira pela aliança Rethink Plastic (Repensar o Plástico) e o movimento Break Free From Plastic (Liberta-te do Plástico), a produção global de plástico aumentou cerca de 20 vezes nos últimos 50 anos e prevê-se que duplique novamente em 2035 e quadruplique em 2050.